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quinta-feira, 10 de março de 2011

União Africana rejeita intervenção militar externa na Líbia



A União Africana rejeitou nesta quinta-feira qualquer intervenção militar externa na Líbia, no final de uma reunião realizada para analisar a situação nesse país e na Costa do Marfim, anunciou à imprensa o comissário para a paz e a segurança dessa organização, Ramtane Lamamra.

"O Conselho reafirma seu compromisso com o respeito à unidade e à integridade territorial da Líbia, assim como sua rejeição a qualquer forma de intervenção militar externa" naquele país, declarou Lamamra. O Conselho de Paz e Segurança da UA, que reúne os 15 membros da organização, "decidiu criar um comitê de alto nível", integrado por cinco chefes de Estado e pelo presidente da Comissão da UA, Jean Ping, para acompanhar a evolução da situação na Líbia.
A União Africana "expressa sua profunda preocupação com a situação na Líbia, que constitui uma grave ameaça à paz e à segurança daquele país e da região no geral".

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi



Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.



Fonte: Terra

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