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segunda-feira, 14 de março de 2011

Aumentam os conflitos na capital da Costa do Marfim


Combatentes leais a Alassane Ouattara, internacionalmente reconhecido como presidente da Costa do Marfim, se dirigiram para território hostil nesta segunda-feira, 14, atacando um distrito leal a Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder. Os conflitos voltaram a ocorrer na capital marfinense e agravam a crise política da nação africana.

Moustapha Bakayoko, morador do bairro Yopougon, na capital Abidjã, disse que fortes confrontos tiveram início na manhã perto da casa do chefe do exército, Philippe Mangou, que se manteve leal a Gbagbo desde o início da crise, quando ele se recusou a deixar o cargo depois de perder a eleição, em novembro.

Um porta-voz do exército de Gbagbo, coronel Hilaire Gohourou, confirmou a batalha em Yopougon, mas se recusou a dar maiores detalhes. A casa de Mangou foi bastante atingida, porque os soldados a tem usado como ponto de ataque a partidários de Ouattara, disse Sitafa Ouattara, integrante da oposição.

O ataque desta segunda foi o primeiro no interior de um bairro de Abidjã que votou em Gbagbo e mostra que os combatentes, que se autodenominam "comandos invisíveis", estão indo para o sul, na direção do palácio presidencial de Gbagbo.

"Nós não vamos remover Gbagbo pela força, isso é o que os militares têm de fazer", disse um combatente. "Estamos simplesmente combatendo para proteger a população da polícia, que tem cometidos assassinatos indiscriminadamente".

O impasse eleitoral se transformou em sangrentas batalhas de rua e a Costa do Marfim esta à beira de uma guerra civil. Pelo menos sete mulheres foram mortas por policiais leais a Gbagbo no distrito de Abobo no último dia 3, quando elas protestavam e pediam o fim da violência, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já deixou quase 400 mortos.

Meses de negociações diplomáticas não conseguiram persuadir Gbagbo a deixar o poder e nas últimas semanas os partidários de Ouattara lançaram operações militares no oeste da Costa do Marfim, tomando quatro cidades na região.

Na semana passada, a União Africana reforçou a vitória de Ouattara ao confirmá-lo como o presidente legal do país e dizendo que a mais alta corte marfinense deve empossá-lo. Aliados de Gbagbo rejeitaram a decisão, dizendo que ela não respeita a Constituição do país.



Fonte: Associated Press

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