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quinta-feira, 10 de março de 2011

Atraso atrapalha hidrelétricas de RO


O descompasso entre a construção da hidrelétrica de Jirau e a implantação das linhas de transmissão de energia para as usinas do rio Madeira (RO) pode custar caro aos sócios da Energia Sustentável do Brasil, responsável pelo empreendimento. Segundo Victor Paranhos, presidente da concessionária, sem as linhas, a usina não terá como antecipar a venda de energia, o que pode gerar uma perda de R$ 1,2 bilhão.

Pelo contrato original, Jirau começaria a operar em janeiro de 2013. Mas os sócios do empreendimento resolveram acelerar a construção para ter energia disponível para venda a partir de 2012. Essa eletricidade seria ofertada no chamado mercado livre, onde o preço praticado é mais elevado do que no segmento cativo, destinado aos consumidores comuns.

Sem as linhas de transmissão, Jirau não terá como comercializar a energia que começará a produzir a partir do início do próximo ano. "Estamos contabilizando uma perda de faturamento. Vamos deixar de ganhar algo como R$ 1,2 bilhão entre março de 2012 e janeiro 2013", disse Paranhos.



A construção das linhas é de responsabilidade do consórcio Interligação Elétrica do Madeira, formado pelas estatais Furnas, Chesf e a concessionária privada de transmissão de energia CTEEP. As linhas irão de Porto Velho (RO) até Araraquara (SP), num trajeto de aproximadamente 2,5 mil quilômetros. O consórcio ainda aguarda a emissão da licença de instalação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Pelo cronograma oficial, as linhas devem entrar em operação a partir de 2013.
Fonte: Estadao



Custos de Jirau sobem e obra já atinge R$ 13 bi

O volume de escavação da obra foi muito maior que o previsto, o que fez a construtora Camargo Corrêa pedir um valor adicional de R$ 900 milhões no contrato de obras civis. O pedido eleva mais uma vez o investimento, que hoje chega perto dos R$ 13 bilhões, ante os R$ 9 bilhões previstos.

Liderado pela GDF Suez, a concessionária Energia Sustentável do Brasil pretendia antecipar para o primeiro semestre de 2012 o início da geração e usar o tempo ganho para vender 100% da energia do primeiro ano a preços do mercado livre, em geral superiores aos R$ 72 o megawatt-hora (MWh) da tarifa com a qual venceu o leilão. Até agora, porém, não conseguiu o preço de R$ 130 o MWh que garantiria retorno do negócio nem mesmo para a parcela que poderá vender no mercado livre a partir de 2013.

Analistas de bancos que acompanham as ações da Tractebel - que herdará a participação da Suez em Jirau - estimam que um retorno de 8% a 9% está atrelado à antecipação de energia, ao preço do mercado livre, e a um adicional no financiamento do BNDES, para o maior investimento necessário. Executivos da Suez, em reuniões com analistas, dizem que é possível, no longo prazo, vender a energia ao preço desejado e obter retorno.

Mas os preços no mercado livre estão em queda e a antecipação no início da venda da energia dificilmente ocorrerá. As linhas de transmissão, que vão ligar Porto Velho (RO) a Araraquara (SP), estão atrasadas e não devem ficar prontas antes de 2013, data do cronograma oficial. A licença ambiental para a construção de outra linha, que ligará a usina ao Sistema Interligado, só foi obtida na semana passada. A concessionária enfrenta ainda uma disputa com a usina de Santo Antônio em torno da operação dos reservatórios, o que dificulta as pretensões de Jirau de aumentar sua capacidade de geração e, com isso, o retorno.

Os sócios de Jirau chegaram a aprovar a antecipação do investimento para que todas as turbinas que vão gerar os 2 mil MW entrassem em operação em 2012. Mas fornecedores têm sido procurados para negociar adiamento de pelo menos três meses na entrega dos equipamentos. Procuradas, a concessionária e sua acionista majoritária, a GDF Suez, não comentaram o assunto.


Fonte: Valor Economico

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