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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mubarak promete não disputar reeleição e fala em liderar transição


O presidente do Egito, Hosni Mubarak, anunciou nesta terça-feira, 1, que não vai disputar uma nova reeleição em setembro. Há 30 anos no poder, ele tem enfrentado maciços protestos no país pela sua renúncia. Hoje, mais de 1 milhão de pessoas se reuniram nas ruas do Cairo e em outras cidades. Ele prometeu trabalhar nos últimos meses do mandato para organizar as mudanças necessárias para uma transição pacífica de poder.

"Digo com toda honestidade que não pretendo concorrer às próximas eleições porque já passei tempo demais no cargo.", disse Mubarak, que indicou que sua permanência no poder até as eleições é necessária para manter a estabilidade do país.
"Sou um homem do Exército e não é da minha natureza desistir das minhas responsabilidades. Meu dever é conduzir uma transição pacífica", acrescentou. "Estamos vivendo tempos difíceis. A escolha é entre o caos e a estabilidade", disse Mubarak.
O presidente ainda acusou setores da oposição de alimentar o caos político no país. "Há forças políticas que rejeitaram o convite ao diálogo, sem preocupação com a situação do Egito. Mas minha oferta ainda é válida.", afirmou. 

Pressão americana

De acordo com o New York Times, o presidente americano Barack Obama disse a Mubarak que ele não deveria concorrer. A mensagem foi enviada ao presidente egípcio por G. Wisner, um ex-diplomata com fortes laços com o país.

A mensagem de Wisner não foi uma demanda brusca para Mubarak sair agora, mas um conselho de que ele deveria abrir espaço para um processo de reforma que culminaria em eleições livres e justas em setembro para eleger um novo líder.

Segundo a rede de TV Al-Arabya, o vice-presidente do país, Omar Suleiman, iniciou reuniões com representantes dos partidos de oposição e com grupos de manifestantes na Praça Tahrir no Cairo, o ponto de concentração dos protestos.


Fonte: Estadao

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