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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Shell - Futuros Cenários de Energia: 'Zona de Incerteza' À Frente


A Shell publicou hoje Signals and Signposts - um relatório sobre futuros cenários de energia que oferece um conhecimento mais profundo a respeito dos desenvolvimentos globais e da oferta mundial de energia, seu uso e necessidades. Ele nos ajuda a fazer escolhas cruciais em tempos de incertezas, à medida que lidamos com difíceis temas de energia e meio ambiente.     Signals and Signposts ("Sinais e Sinalizações") - atualiza nosso pensamento, ao levar em consideração o impacto da crise mundial econômica e financeira.

Ao longo das próximas quatro décadas, o sistema mundial de energia verá desenvolvimentos profundos. Uma intensiva cooperação, entre a sociedade civil e os setores público e privado, é vital, se quisermos tratar desafios econômicos, de energia e ambientais. Parcerias precisam ser formadas na realidade comercial, mas desenvolvimentos de energia e ambiental devem acelerar na direção certa. Nós devemos alargar e aprofundar o debate além da indústria e das fronteiras geográficas.

Em resumo:

1. Nós acreditamos que o mundo está entrando numa era de transições voláteis e ciclos econômicos intensificados. A recessão interrompeu o boom do preço de commodity e de petróleo, mas ele deve retornar. Nações emergentes como a China e Índia estão passando por intenso desenvolvimento material e um mercado mais acirrado continuará a exercer pressão sobre os preços e gerar volatilidade.

Melhorias na construção de políticas e ganhos fortes na produtividade têm ajudado economias a crescer sem inflação nas duas últimas décadas. Nós não acreditamos que o efeito moderador desta combinação de boas políticas, boas práticas e boa sorte continuará no futuro.
2. Nós estamos vendo uma mudança repentina no uso de energia. Países em desenvolvimento, incluindo os gigantes de população China e Índia, estão entrando em sua fase mais intensiva de crescimento econômico em termos de energia, à medida que eles industrializam, urbanizam e constroem infraestrutura, e aumentam seu uso de transportes. Pressões da demanda estimularão a oferta alternativa e mais eficiência no uso da energia - mas isto apenas pode não ser suficiente para completamente reduzir as tensões da demanda de crescimento. Se as economias emergentes seguirem o padrão histórico de desenvolvimento, a não aparente demanda global de energia poderia ser, em 2050, o triplo do que era à época do ano 2000.

3. Em termos objetivos, inovação natural e competição poderiam favorecer melhorias na eficiência de energia para moderar a demanda não aparente em cerca de 20%, durante este tempo. Taxas comuns de crescimento da oferta - levando em consideração realidades políticas, financeiras, competitivas, geológicas e tecnológicas - poderiam naturalmente incrementar a produção de energia em cerca de 50%. Mas isto deixa ainda uma lacuna entre a oferta de rotina e a demanda de rotina, de cerca de 400 EJ/a - o tamanho do setor inteiro em 2000. Esta lacuna - esta Zona de Incerteza - terá que ser preenchida por alguma combinação de extraordinária moderação de demanda e extraordinária aceleração da produção.

4. A oferta lutará para manter-se em compasso com a demanda. Até o final da próxima década, o crescimento na produção de petróleo e gás facilmente acessíveis não corresponderá à taxa projetada do crescimento da demanda. Enquanto há abundancia de carvão em muitas partes do mundo, dificuldades de transporte e degradação ambiental, em última instância, impõem limites a este crescimento. Enquanto isso, fontes alternativas de energia como biocombustíveis podem se tornar partes muito mais significativas do mix de energia - mas não há "bala de prata" que completamente solucionará as tensões da oferta-demanda.

5. Um desenvolvimento urbano inteligente, incentivo de políticas sustentáveis e inovações tecnológicas e comerciais podem resultar em alguma moderação da demanda. Mas, também choques de preços, políticas óbvias, aspirações frustradas podem fazê-lo. Prazos são um fator fundamental. Construções, infraestrutura e estações de energia duram várias décadas. O estoque de veículos pode durar 20 anos. Novas tecnologias de energia devem ser demonstradas em escala comercial e requerem 30 anos de comprovado crescimento de dois dígitos para gerar capacidade industrial e crescer suficientemente para representar no mínimo 1-2% do sistema de energia. As políticas em curso nos próximos cinco anos delineiam investimentos para os próximos dez anos, o que largamente traça o quadro global de energia em 2050.

6. A crise econômica mundial coincidiu com um deslocamento da forca econômica e geopolítica do ocidente para o oriente. Este deslocamento decisivo está transformando a economia global e o sistema político. A mudança é gradual, mas suas consequências potenciais são profundas. A crise econômica no ocidente deve acelerar esta tendência. As gerações futuras podem ver 2008 como o ponto de virada. O mundo enfrenta um período de políticas globais incertas. Linhas de falhas estratégicas estão emergindo. Potências em ascensão estão cada vez mais ampliando e confiantemente afirmando o que eles vêem como seus interesses nacionais. Isto está minando os mecanismos globais para assegurar a segurança coletiva.

7. O estresse ambiental está aumentando. Mesmo que fosse possível que combustíveis fósseis mantivessem sua atual participação no mix de energia e respondessem ao aumento da demanda, as emissões de CO2 estariam num caminho que poderia severamente ameaçar o bem-estar humano. Mesmo com a moderação do uso de combustível fóssil e gestão eficiente de CO2, o caminho à frente é ainda altamente desafiador. Permanecer em níveis desejáveis de concentração de CO2, na atmosfera, se tornará cada vez mais difícil.



Fonte: Defesa Net

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