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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Oitavo dia de protestos no Iêmen deixa ao menos cinco mortos


Os confrontos entre os opositores do governo do Iêmen e as forças de segurança e simpatizantes ao presidente Ali Abdullah Saleh deixaram ao menos cinco mortos e dezenas de feridos nesta sexta-feira, 18. Os protestos da oposição entraram no oitavo dia seguido e a violência continuou na cidade de Áden e se espalhou para Taiz.

Fontes médicas disseram que quatro pessoas morreram baleadas em Áden, cidade portuária situada no sul do país onde a oposição ao governo de Saleh é grande. Ainda em Áden, 11 ficaram feridos. A outra ocorrência foi registrada em Taiz, segunda maior cidade do Iêmen, onde uma pessoa morreu por conta da explosão de uma granada.
Os manifestantes de Áden incendiaram um antigo prédio da polícia e atiraram pedras contra a prefeitura. "Ali, ouça, o povo não te quer". Depois, eles passaram a protestar contra a morte de alguns participantes das marchas nos dias anteriores. Com as mortes desta sexta, chega a 11 o número de óbitos causados nos confrontos.

Em Taiz, que fica 200 quilômetros ao sul da capital, Sanaa, dezenas de milhares foram às ruas. Além de um morto, uma granada atirada de um carro deixou 28 feridos, sendo três gravemente. Os manifestantes culparam o governo. "É vergonhoso que o governo recorra a tais estratégias, mas não vamos nos assustar", disse um deles.
Em ambas as cidades, os manifestantes foram atacados por seguidores de Saleh, que está no poder há 32 anos no poder. Em Áden, a polícia não fez nada para interferir nos choques. Testemunhas disseram que havia policiais à paisana que perseguiram e bateram nos opositores. Os EUA e a ONU condenaram a violência no Iêmen e em outros países.

Os manifestantes se dizem furiosos com a corrupção e as altíssimas taxas de desemprego. Um terço da população do país sofre com a fome crônica e 40% da população vive com menos de US$ 2 por dia.
Saleh já tentou algumas medidas para apaziguar os protestos, como o anúncio de que deixará o cargo ao final de seu mandato, em 2013, e a promessa de que seu filho não concorreria. A coalizão de oposição concordou em negociar, mas mesmo assim os protestos continuaram. Assim como no Egito e na Tunísia, os protestos são organizados por jovens e estudantes por meio da internet.


Fonte: Reuters

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