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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Premiê palestino renunciará ao cargo na segunda, diz agência


Fontes ligadas ao alto escalão do governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina), na Cisjordânia, revelaram à agência Reuters que o premiê Salam Fayyad apresentará sua renúncia na segunda-feira (14) e que o presidente Mahmoud Abbas pedirá a ele que forme um novo gabinete.

O anúncio chega um dia após a ANP ter convocado novas eleições para setembro, medida fortemente rejeitada pelo Hamas, movimento islâmico que conquistou o poder dos territórios palestinos na faixa de Gaza em 2007.

O jornal israelense "Haaretz" dá destaque à notícia e revela declarações do alto escalão palestino.
"Haverá uma mudança massiva na composição do governo", diz uma fonte.

Outro político afirma que o "Dr. Fayyad começará imediatamente uma discussão com as facções para formar o gabinete. Alguns ministros manterão suas pastas.
De acordo com o "Haaretz", dos 24 postos do gabinete palestino somente 16 estão atualmente ocupados. Dois ministros renunciaram e seis passaram ao governo do Hamas em Gaza.

ALERTA DE CRISE

O movimento islâmico Hamas, responsável pelo governo da faixa de Gaza desde 2007, rejeitou neste sábado a convocação de eleições presidenciais e legislativas palestinas para setembro, feita pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), com base na Cisjordânia, por considerar que elas afundarão a divisão interpalestina.

"O Hamas não reconhecerá essas eleições ou seus resultados nem dará cobertura legal alguma porque aumentam a divisão e a separação e não servirão aos interesses do povo palestino", disse um dos porta-vozes do grupo em Gaza, Fawzi Barhum, em comunicado.
Segundo ele o chamado a um novo pleito é "ilegal" porque os líderes da ANP, o presidente Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro Salam Fayad, "perderam sua legitimidade e capacidade para efetuar ou supervisionar estas eleições".

Já para o deputado do Hamas na Cisjordânia, Fadel Hamdan, um novo governo só pode ser eleito após a ANP e o movimento islâmico se reconciliarem, o que ainda não aconteceu.
"Sempre mantivemos a linha de que as eleições só podem ser conduzidas após a reconciliação", disse.
Já a ANP justifica a convocação exatamente como uma maneira de "sair do atual impasse e dar voz às pessoas".
Desde 2007 os palestinos têm dois governos, um do Hamas, na faixa de Gaza, e outro da ANP, na Cisjordânia. As duas facções políticas tentam negociar há anos, com mediação egípcia.

EREKAT

Ainda no sábado (12) o principal negociador palestino nas conversações de paz com Israel, Saeb Erekat, apresentou seu pedido de renúncia lançando mais um obstáculo ao diálogo congelado.
Erekat confirmou sua saída do "comitê de negociações" palestino, anunciada pouco antes pelo secretário do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Abed Rabbo. Ele afirmou que sua demissão é consequência do vazamento de documentos sobre as negociações de paz desde 1999.

Os documentos secretos foram divulgados recentemente pela Al Jazeera e sugerem que os líderes palestinos estariam dispostos a fazer grandes concessões aos israelenses, incluindo permitir que Israel anexasse praticamente todos os assentamentos judaicos construídos em Jerusalém Oriental em troca de terras em outras regiões.

Erekat é citado como o mensageiro das propostas. Depois de inicialmente negar a veracidade dos documentos, ele admitiu, em entrevista à BBC, que ao menos parte deles é verdadeira, mas que eles não são "oficiais".
Na época, ele prometeu investigar a origem dos vazamentos e que, caso ficasse provado que os documentos vazaram de seu escritório, assumiria "a responsabilidade".


Fonte: Reuters

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