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domingo, 13 de fevereiro de 2011

EUA pedem contenção ao governo da Argélia em meio a protestos



O Departamento de Estado dos EUA manifestou-se a favor das liberdades civis na Argélia, um dia após mais de 30 mil policiais terem reprimido protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, há 12 anos no poder. Mais de 400 pessoas foram presas no sábado (12) e uma nova manifestação foi marcada para o sábado que vem (19).
Em comunicado, o porta-voz Philip J. Crowley disse que Washington pede que as forças de segurança argelinas não usem a violência, e que respeitem os direitos de assembleia e expressão, inclusive na internet.

Muitos governos do mundo árabe têm bloqueado o acesso a sites como Facebook e Twitter, por onde os jovens costumam marcar protestos, ou até bloqueado a rede como um todo.
Além da insatisfação com o governo de Bouteflika, colocado no poder pelos militares em 1999, os argelinos querem o fim do estado de emergência, em vigor no país há 19 anos.
Os americanos dizem ainda que monitoram com atenção o desenvolver das revoltas na região.

NOVO PROTESTO

A Coordenação Nacional pela Democracia e Mudança, grupo integrado por várias organizações da sociedade civil e partidos políticos da Argélia, convocou neste domingo uma nova manifestação para o próximo sábado (19) em Argel, em reivindicação à democratização do regime.

O novo dia de protestos foi convocado após o quer consideraram um "primeiro passo positivo" na recuperação na capacidade de mobilização popular do país neste sábado, com a maior manifestação em dez anos. Cerca de 2.000 pessoas foram às ruas de Argel, Orã e Annaba para pedir a democratização do país, mas foram duramente reprimidos pela polícia.
A coordenação tenta ainda convocar outras organizações da sociedade civil para se juntar ao movimento.

Na próxima semana, os dirigentes da entidade realizarão diversos atos para sensibilizar os cidadãos sobre a necessidade de mobilização por uma mudança democrática no país.
A manifestação do próximo sábado deve adotar o mesmo percurso da passeata impedida neste sábado pelas forças policiais, com início na praça Primeiro de Maio e encerramento na dos Mártires, após um trajeto de cerca de dois quilômetros junto à baía de Argel.

A cooperação convocou a marcha pedir, ainda, a suspensão do estado de emergência, em vigor desde fevereiro de 1992 e uma "mudança de sistema".
Na semana retrasada, o presidente Abdelaziz Bouteflika afirmou que o estado de emergência será levantado "em um futuro próximo".
O estado de emergência foi instalado unicamente em resposta "à luta contra o terrorismo", afirmou Bouteflika.


Fonte: Folha

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