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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Argentina acusa EUA de ter mentido e exige pedido de desculpas


O chefe de gabinete da Presidência argentina, Aníbal Fernández, acentuou ainda mais a tensão diplomática entre o governo argentino e o norte-americano, ao acusar o subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, de ter mentido sobre o material que seria transportado para o país sul-americano.

A crise começou na quinta-feira (10), quando o avião militar C-17 Globemaster III, das Forças Armadas dos Estados Unidos, que chegava com armamentos para treinar um grupo de elite da Polícia Federal argentina, foi retido no aeroporto de Ezeiza.
Depois que a confusão veio a público, Valenzuela exigiu a devolução da carga confiscada e qualificou de "vergonhosa" e "desmesurada" a reação da Argentina depois da apreensão.


 Avião cargueiro da Força Aérea dos EUA inspecionado e barrado pela Argentina

REAÇÃO ARGENTINA

"Se você ver o informe que Valenzuela publicou por escrito, lá diz que a visita foi totalmente acertada com o Ministério da Segurança, e isso não é verdade", disse Fernández à Rádio 10.
Segundo ele, o que foi aprovado foi um informe enviado em dezembro que, se confrontado com os materiais enviados, há itens não declarados.
Em reação, o chefe de gabinete argentino afirmou que "a realidade é que entre o material apreendido encontram-se armas, drogas, doses de morfina, GPS muito sofisticados, elementos tecnológicos e drogas médicas vencidas. Isso é o que foi apreendido".

Em defesa da operação que causou o conflito, ele acrescentou: "Quando se quer entrar na Argentina com este tipo de elemento, é necessário impedir e confiscar. Não pode entrar o que eles desejam. Nosso país é um pouco mais sério do que isso. O governo argentino cumpre a lei".
Ele ainda negou que o novo incidente diplomático com os Estados Unidos tenha sido deliberado. "Nem existe um incidente diplomático deliberado nem as expressões de Valenzuela são muito felizes porque não dão conta de tudo o que ocorreu", disparou.

PEDIDO DE DESCULPAS

A Casa Rosada, por meio da Chancelaria argentina, apresentou um protesto formal à embaixada norte-americana na qual exigiu um pedido de desculpas, advertiu que não devolverá o material apreendido e pediu colaboração do governo de Obama com a investigação.

Por fim, justificou que o confisco da carga aconteceu porque ela era "suspeita" e também por razões de segurança e prevenção de terrorismo. Os exercícios conjuntos entre Washington e a Polícia Federal são realizados desde 2009.
Segundo fontes oficiais, os Estados Unidos financiam este tipo de treinamento na maior parte dos países do Ocidente. As práticas incluem provas de tiro, simulação de resgate de sequestrados e técnicas na luta contra o terrorismo.



Fonte: Folha

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