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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Oriente Médio enfrenta 'tempestade perfeita' de protestos, diz Hillary


O Oriente Médio enfrenta uma "tempestade perfeita" de levantes, e os líderes regionais devem realizar rapidamente reformas democráticas verdadeiras, sob o risco de haver mais instabilidade, disse neste sábado (5) a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
A declaração foi feita em uma cúpula de segurança em Munique, na Alemanha, e ocorre no 12º dia de protestos oposicionistas contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak.. Os EUA pressionam para que Mubarak, seu antigo aliado, dê início a uma transição de poder no país.
"A região está sendo fustigada por uma tempestade perfeita de tendências poderosas", disse Clinton em discurso. "Isso foi o que levou manifestantes às ruas de Túnis (capital da Tunísia), do Cairo e de outras cidades da região. "O status quo é simplesmente insustentável."

Explicando a "tempestade", Hillary citou desde o desemprego dos jovens nos países da região a problemas no abastecimento de água e petróleo.

No momento atual, em alguns países esta transição para a democracia avança rapidamente, em outros levará tempo", disse.

"Claro, há riscos, riscos inerentes a esta transição para a democracia", observou a secretária de Estado americana.

Ela preveniu que o caminho para a democracia na região apresenta muitos riscos.
"Isto pode engendrar o caos, e uma instabilidade a curto prazo, até pior. Como observamos no passado, a transição pode levar a uma regressão, com um outro regime tão autoritário", quanto aquele que os cidadãos de um país querem acabar, destacou Hillary Clinton.
A conferência de três dias reúne chefes de governo, ministros, altos comandos militares e especialistas.

Além da crise política no Egito e em outros países árabes, o impasse nas negociações de paz entre Israel e palestinos também está sendo tratado.

Eleições

A Alemanha e o Reino Unido pediram ao Egito para fazer uma transição de líderes rapidamente, mas sem precipitar a realização de eleições, afirmando que as tradições de tolerância e justiça devem ser edificadas primeiro para que a democracia funcione.
A chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, reiteraram as exigências por uma 'transição' rápida .
Os líderes alertaram, no entanto, que é necessário cautela. "Eu não acredito que vamos resolver os problemas do mundo apertando um botão e realizando uma eleição... O Egito é um exemplo clássico", disse Cameron.

"Eu acho que uma eleição muito rapidamente no início de um processo de democratização seria errado", disse Merkel na mesma reunião, citando suas próprias experiências como ativista da Alemanha Oriental pró-democracia na época do colapso do Muro de Berlim em 1989.
Analistas políticos dizem que a preocupação europeia com a realização de eleições livres no Egito vai ser interpretada por muitos no Oriente Médio como prova de ansiedade das potências ocidentais sobre a possibilidade de um governo islâmico no país mais populoso do mundo árabe.
O maior movimento de oposição no Egito, a Irmandade Muçulmana afirma que, com a liberdade de escolha, a maioria dos 80 milhões de egípcios optaria por uma lei islâmica, embora seja publicamente comprometida com o pluralismo político.


Fonte: G1

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