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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Estados Unidos não têm opinião formada sobre crise no Egito

Hillary: Mubarak pode seguir mais tempo no poder para garantir eleições


A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, admitiu neste domingo que o governante egípcio Hosni Mubarak pode permanecer mais tempo no poder do que a oposição deseja para garantir a realização de eleições.
Sob a pressão dos manifestantes, Mubarak prometeu não se apresentar como candidato às eleições de setembro, mas muitos exigiram que abandone o poder imediatamente, enquanto algumas fontes garantem que os Estados Unidos estão negociando a sua saída.

 
A pressão para que Mubarak ceda pode estar diminuindo, disse Hillary a jornalistas durante sua viagem de volta aos EUA, após participar da Conferência sobre Segurança de Munique.
"Isto deve ser decidido pelo povo egípcio", explicou a chefe da diplomacia americana.
Após 13 dias de manifestações, Mubarak segue à frente do Egito, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou neste domingo seu desejo de que uma transição "ordenada" e "significativa" abra caminho para um "governo representativo".

Fonte: AFP

ENQUANTO ISSO:


Obama defende que Egito inicie transição de governo 'agora'

O presidente americano, Barack Obama, reiterou neste domingo (6) que deseja uma transição "ordenada" e "significativa" no Egito, que abra caminho para um "governo representativo".

"O povo egípcio quer liberdade, eleições livres e justas, quer um governo representativo", disse Obama à rede de televisão Fox. "Já dissemos: você tem que iniciar uma transição agora", acrescentou, sobre a saída do presidente Hosni Mubarak, que governa o país há três décadas.
Quando perguntado sobre se Mubarak deixará o poder, Obama respondeu: "Só ele sabe o que vai fazer. Não vai tentar a reeleição. Seu mandato termina neste ano".

Setembro

À CNN, o primeiro-ministro Ahmed Shafiq defendeu a permanência de Mubarak no cargo até o final de setembro, quando o país deverá ter novas eleições. Manifestações da oposição pedem que o atual presidente deixe o cargo antes desta data.

"Insistimos que ele (Mubarak) mantenha seu mandato até o final de setembro, porque nesse período seremos liderados por nosso presidente, e ainda há muitos pontos a serem cobertos antes que ele deixe o cargo", afirmou Shafiq, em entrevista à rede de TV americana CNN. De acordo com o premiê, deve ser respeitada a "formalidade" dos seis meses que ainda restam de mandato para Mubarak.
Na entrevista, Shafiq disse ainda que a prisão de líderes de organizações de direitos humanos e jornalistas "não é permitida" no Egito. "Não é nossa intenção", afirmou Shafiq.

Negociações

Participantes das negociações entre o governo do Egito e grupos da oposição, entre eles a Irmandade Muçulmana, decidiram neste domingo (6) formar um comitê para realizar reformas constitucionais e legislativas no país em crise, anunciou o porta-voz do governo Magdi Radi.
O grupo, que deve incluir "o poder judiciário e um certo número de personalidades políticas", deve apresentar seus resultados na primeira semana de março, segundo o governo. As mudanças devem, entre outras coisas, impor limites ao poder da Presidência.
O governo também fez concessões à oposição: prometeu liberdade de imprensa e não interferir mais nas comunicações e na internet. Também prometeu libertar os presos durante os confrontos de rua dos últimos dias.

As leis de emergência que vigoram no país desde a posse do contestado presidente Hosni Mubarak, em 1981, também serão levantadas assim que a situação de segurança do país permitir.
O governo também prometeu não perseguir os líderes das manifestações de rua que agitaram o país nos últimos 13 dias, matando pelo menos 300 pessoas, deixando 4.000 feridos e paralisando a economia e o turismo.

Irmandade Muçulmana

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, negociou neste domingo com vários grupos opositores a Mubarak, de 82 anos. Participaram integrantes da Irmandade Muçulmana, dos partidos Wafd (liberal) e Tagammou (esquerda), além de especialistas em leis e do influente magnata Naguib Sawiris. Um representante do diplomata Mohamed ElBaradei, importante figura oposicionista, também tomou parte.

Ainda não está claro se os oposicionistas recuaram de sua posição de exigir a saída imediata do presidente. Pressionado, Mubarak afirmava que só sairia em setembro, data das eleições presidenciais, por temer que o "caos" se instale no país com sua renúncia agora.
Suleiman, que foi durante muito tempo chefe da inteligência do país, parece ser cada vez mais, pelo menos publicamente, o centro da definição do futuro do país. Ele teria recusado a proposta de assumir os poderes de Mubarak durante a transição, segundo fontes que participaram da reunião.
Antes da reunião, a Irmandade Muçulmana, oficialmente banida da vida política do Egito, afirmou que iniciaria o diálogo com as autoridades para ver "até que ponto elas estão dispostas a aceitar as exigências da população".
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, saudou a entrada do grupo islâmico no diálogo.


Fonte: G1

NOTA DO EDITOR:
Em sua opinião tem consenso essas divergências? Quem comanda de fato os EUA?



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