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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Após duas mortes, manifestantes ocupam praça na capital do Bahrein


Milhares de manifestantes ocuparam a praça das Pérolas, em Manama, capital do Bahrein, nesta terça-feira, 15, no terceiro dia de protestos inspirados pelas revoluções que derrubaram ditadores no Egito e na Tunísia. Até agora, dois manifestantes morreram e a oposição xiita, que representa 70% da população, decidiu boicotar o Parlamento.

Grupos de oposição pedem maior liberdade política e o fim do controle da monarquia sunita sobre decisões importantes e cargos no governo. A maioria xiita alega sofrer discriminação.
Na praça, rebatizada de 'praça da Nação' os manifestantes gritavam: "Nem sunitas, nem xiitas, somos todos bareinitas". Mais cedo, policiais dispersaram cerca de 10 mil pessoas que protestavam em frente ao hospital, em luto por um dos manifestantes mortos ontem.
O rei Hamad bin Isa Al Khalifa foi à TV estatal e prometeu investigar as mortes. Ele ofereceu condolências às famílias das vítimas e prometeu implementar reformas, entre as quais aliviar a restrição à imprensa e à internet.



O Bahrein é uma das nações mais voláteis politicamente do Oriente Médio. A monarquia sunita aliada da Arábia Saudita controla o país, enquanto a maioria xiita tem apoio da linha-dura do Irã. A pequena ilha do Golfo Pérsico, rica em petróleo, é sede da Quinta Frota da Marinha Americana.


ONU pede fim da repressão aos protestos no Bahrein

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, pediu nesta terça-feira, 15, que as autoridades do Bahrein não usem força excessiva para reprimir os protestos que ocorrem no pequeno país árabe.

Em comunicado, a diplomata disse que "as autoridades deve escrupulosamente evitar o uso excessivo da força, o que está estritamente proibido pela lei internacional". "Devem ser realizadas investigações imparciais e transparentes sobre os casos em que houve abusos", completou.

Duas pessoas já morreram nos enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia no Bahrein. A minoria xiita foi às ruas para protestar contra o governo sunita do rei Hamad bin Isa Al Khalifa, a exemplo do que aconteceu em países da região, como o Egito e a Tunísia. Os xiitas representam cerca de 70% da população do país.

Navi lembrou do direito dos bareinitas à liberdade de expressão e de manifestação e lamentou a morte dos dois jovens "que marchavam de maneira pacífica". A funcionária da ONU ainda pediu que todos os que foram detidos durante os protestos nos últimos dias sejam libertados.


Fonte: Estadao

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