País queria que EUA ajudassem a fortalecer empresa brasileiro-ucraniana;
Os EUA, que desejavam manter o Brasil longe da tecnologia de foguetes, reclamavam que o Brasil era "imaturo"
A Ucrânia recorreu aos EUA para tentar fortalecer a sua parceria com o Brasil para lançar satélites da base de alcântara (MA), mostram documentos do WikiLeaks.
Segundo um telegrama escrito pelo diplomata americano no Brasil Clifford Sobel, em fevereiro de 2009, o país europeu teria pedido ajuda aos americanos por meio de seu embaixador no Brasil, Volodymyr Lakomov.
Isso porque os EUA são o grande mercado mundial de satélites -40% dos satélites do mundo são americanos.
Se o país definir que jamais vai lançá-los no Brasil, a ACS (alcântara Cyclone Space, empresa binacional responsável pelo projeto brasileiro-ucraniano) se torna menos viável.
Os ucranianos queriam que os EUA deixassem claro seu interesse em lançar seus satélites de alcântara.
Segundo eles, se não fizessem isso, os russos, que estariam apenas "esperando nos bastidores", então "preencheriam o espaço vazio" -uma aproximação entre Brasil e Rússia no campo espacial desagradaria aos EUA.
Os americanos, então, disseram até ter interesse em apoiar os foguetes de alcântara. Nos telegramas, deixam claro gostar da parceria entre o Brasil e a Ucrânia, "desde que ela não resultasse em transferência de tecnologia de foguetes [que a Ucrânia tem] para o Brasil" -o país entraria apenas com o sítio de lançamentos.
Justamente para evitar que os brasileiros tivessem tecnologia de lançamento de satélites, os diplomatas americanos escreveram que os EUA "têm uma antiga política de não "encorajar"" as tentativas do Brasil de desenvolver um foguete sozinho (o VLS).
Os diplomatas americanos disseram, porém, que só poderiam apoiar o foguete ucraniano caso o Brasil assinasse um acordo de salvaguardas tecnológicas com eles. Um acordo assim foi vetado em 2003 pelo Congresso Nacional, que acreditava que ele violaria a soberania do Brasil. As salvaguardas incluíam concessão de áreas sob controle direto e exclusivo dos EUA e licença para inspeções americanas sem prévio aviso ao Brasil.
Em um outro telegrama, o diplomata Patrick Linehan reclamava que os EUA até tentavam "avançar com um acordo sobre lançamentos espaciais" com o Brasil, mas dizia que as "súplicas" americanas "encontram sempre o silêncio" como resposta.
Segundo ele, o Brasil se mostra muito disponível para discutir assuntos "de interesse marginal", como "ciência, educação e ambiente", mas que foge quando os assuntos são negócios ou propriedade intelectual. ""[O Brasil tem] hipersensibilidade em questões que considera infringirem a sua soberania", e isso pode ser visto como "sinal de imaturidade política", dizia. "Muitos brasileiros acreditam que os EUA têm interesses na Amazônia", exemplificava. A ACS deve custar ao país quase R$ 1 bilhão.
Com o tamanho limitado do mercado de lançamentos comerciais de satélites, a empresa pode ficar deficitária por até duas décadas. A promessa é iniciar as operações ainda em 2012.
Segundo um telegrama escrito pelo diplomata americano no Brasil Clifford Sobel, em fevereiro de 2009, o país europeu teria pedido ajuda aos americanos por meio de seu embaixador no Brasil, Volodymyr Lakomov.
Isso porque os EUA são o grande mercado mundial de satélites -40% dos satélites do mundo são americanos.
Se o país definir que jamais vai lançá-los no Brasil, a ACS (alcântara Cyclone Space, empresa binacional responsável pelo projeto brasileiro-ucraniano) se torna menos viável.
Os ucranianos queriam que os EUA deixassem claro seu interesse em lançar seus satélites de alcântara.
Segundo eles, se não fizessem isso, os russos, que estariam apenas "esperando nos bastidores", então "preencheriam o espaço vazio" -uma aproximação entre Brasil e Rússia no campo espacial desagradaria aos EUA.
Os americanos, então, disseram até ter interesse em apoiar os foguetes de alcântara. Nos telegramas, deixam claro gostar da parceria entre o Brasil e a Ucrânia, "desde que ela não resultasse em transferência de tecnologia de foguetes [que a Ucrânia tem] para o Brasil" -o país entraria apenas com o sítio de lançamentos.
Justamente para evitar que os brasileiros tivessem tecnologia de lançamento de satélites, os diplomatas americanos escreveram que os EUA "têm uma antiga política de não "encorajar"" as tentativas do Brasil de desenvolver um foguete sozinho (o VLS).
Os diplomatas americanos disseram, porém, que só poderiam apoiar o foguete ucraniano caso o Brasil assinasse um acordo de salvaguardas tecnológicas com eles. Um acordo assim foi vetado em 2003 pelo Congresso Nacional, que acreditava que ele violaria a soberania do Brasil. As salvaguardas incluíam concessão de áreas sob controle direto e exclusivo dos EUA e licença para inspeções americanas sem prévio aviso ao Brasil.
Em um outro telegrama, o diplomata Patrick Linehan reclamava que os EUA até tentavam "avançar com um acordo sobre lançamentos espaciais" com o Brasil, mas dizia que as "súplicas" americanas "encontram sempre o silêncio" como resposta.
Segundo ele, o Brasil se mostra muito disponível para discutir assuntos "de interesse marginal", como "ciência, educação e ambiente", mas que foge quando os assuntos são negócios ou propriedade intelectual. ""[O Brasil tem] hipersensibilidade em questões que considera infringirem a sua soberania", e isso pode ser visto como "sinal de imaturidade política", dizia. "Muitos brasileiros acreditam que os EUA têm interesses na Amazônia", exemplificava. A ACS deve custar ao país quase R$ 1 bilhão.
Com o tamanho limitado do mercado de lançamentos comerciais de satélites, a empresa pode ficar deficitária por até duas décadas. A promessa é iniciar as operações ainda em 2012.
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