O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, prometeu caçar e punir os responsáveis pelo aparente atentado suicida que matou ao menos 35 pessoas e feriu mais de 100 nesta segunda-feira no principal aeroporto de Moscou.
Medvedev também criticou as "óbvias falhas de segurança" no aeroporto Domodedovo, que permitiu o atentado no terminal de desembarque internacional.
Segundo fontes do governo russo, três suspeitos de estar por trás do atentado estariam sendo procurados. As suspeitas sobre o ataque recaíram sobre grupos rebeldes da conflituosa região do Norte do Cáucaso.
Em março do ano passado, o metrô de Moscou foi alvo de duas explosões promovidas por mulheres-bomba suicidas da região do Daguestão. Elas se explodiram durante a hora do rush, deixando 40 mortos e ferindo mais de 80.
Segundo analistas, grupos militantes que lutam pela independência de regiões do Cáucaso têm como objetivo minar a percepção da opinião pública russa de que o presidente e o primeiro-ministro Vladimir Putin estão garantindo uma sociedade segura.
Manchas de sangue
A explosão ocorrida por volta das 16h40 da segunda-feira (11h40 de Brasília) atingiu a movimentada área pública de desembarque internacional, onde os passageiros são recebidos por amigos, parentes e motoristas após passarem pela alfândega.
Testemunhas disseram à TV russa que, antes de detonar o equivalente a sete quilos de explosivos, o suicida teria gritado: "Vou matar todos vocês!".
Cenas de pânico se seguiram à explosão, com o local tomado pela fumaça e corpos jogados pelo chão.
Manchas espessas de sangue e pedaços de metal retorcido podiam ser vistos sobre o asfalto do lado de fora do saguão de desembarque.
Equipes de emergência passavam pelo local levando os feridos sobre carrinhos de bagagem para levá-los aos hospitais em Moscou.
Entre os mortos estão ao menos oito estrangeiros - dois da Grã-Bretanha, um da Alemanha, um da Bulgária, um do Uzbequistão, um do Quirguistão, um do Tadjiquistão e um da Ucrânia.
Segurança reforçada
O presidente russo, Dmitri Medvedev, ordenou que a segurança fosse reforçada em todos os aeroportos do país e que fosse criada uma comissão de inquérito para apurar o caso.
"Depois de eventos similares (em referência a atentados prévios), criamos legislação apropriada. Temos que checar se ela foi aplicada, porque obviamente houve lapsos (de segurança). Temos que chegar ao fundo disso", disse o presidente.
Ele admitiu que a pobreza, a corrupção e os conflitos no norte do Cáucaso são os maiores problemas internos da Rússia.
Segundo o correspondente da BBC em Moscou Steve Rosenberg, Medvedev, assim como Vladimir Putin antes dele, tem sido incapaz de achar uma solução que traga estabilidade para a região e paz para a Rússia.
Putin, presidente do país entre 2000 e 2008, construiu sua reputação com uma ação forte para tentar conter essa violência.
Autoridades de segurança internacional se disseram preocupadas com o fato de que, apesar das crescentes medidas de segurança para proteger passageiros e aeronaves, manter a segurança dos próprios aeroportos permanece como um grande desafio.
Fonte: BBC Brasil
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