O setor industrial que mais tem impulsionado a competitividade e o crescimento das economias modernas é o de informática e telecomunicações. É nele que se concentram 35% de tudo o que o mundo investe em pesquisa e desenvolvimento. "Esse setor é chave não só pela inovação, mas também porque tem um impacto profundo sobre a competitividade", avalia a pesquisadora Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cujos estudos servirão de base para a elaboração da parte da política industrial do governo voltada para o setor.
O objetivo dessa política, conforme reportagem de Lu Aiko Otta publicada dia 16 no Estado, é fazer a indústria brasileira produzir itens com grande potencial de vendas e dar-lhe condições para competir com as gigantes internacionais do setor. Confrontado com a realidade econômica brasileira, o objetivo parece ambicioso demais.
São muitas as desvantagens iniciais da indústria nacional, como reconhece a pesquisadora do Ipea. As empresas brasileiras têm dimensões modestas, quando comparadas às dos fornecedores mundiais - seu faturamento médio é de R$ 20 milhões por ano, contra dezenas de bilhões de dólares dos grupos internacionais -, e geralmente ocupam nichos do mercado.
Sua produção é concentrada em alguns itens, enquanto os grandes grupos têm uma diversificada linha de produtos, de celulares a equipamentos de grande porte para operadoras de telecomunicações. As empresas brasileiras trabalham para determinados clientes, ao passo que as grandes indústrias internacionais fornecem para operadoras, governos, empresas de porte variado e o público em geral.
Além dessas dificuldades, as empresas brasileiras terão de superar outras, entre elas a falta de uma retaguarda em pesquisa tecnológica, na qual se baseou o crescimento das gigantes que atuam no mercado mundial. Recente relatório divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, apesar de avanços em algumas áreas, o desempenho do Brasil na área de pesquisa e desenvolvimento mostra muitos pontos fracos. Ainda se investe pouco, falta pessoal qualificado, é baixa a produção de patentes e continua muito pequena a participação do setor privado nos investimentos em ciência e tecnologia.
O relatório da OCDE mostra que a fonte dos recursos para pesquisa e desenvolvimento varia muito entre os países analisados (os membros da organização e as principais economias que não a integram, como Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul). Em alguns, como Portugal e Polônia, predomina nitidamente o investimento público.
Num grupo de 13 países, entre os quais Itália, Noruega, Espanha e Canadá, o setor privado é responsável por uma fatia que varia de um terço à metade dos investimentos em pesquisa. Em oito países, entre os quais França, República Checa e Suécia, a iniciativa privada responde por metade a dois terços das aplicações. No último grupo, do qual fazem parte Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Coreia do Sul, Luxemburgo e Japão, as empresas privadas financiam mais de dois terços de todos os gastos com pesquisas.
No Brasil, apesar dos incentivos fiscais, o setor privado responde por menos da metade das aplicações em ciência e tecnologia, que, em 2008, corresponderam a 1,1% do PIB (e apenas 0,1% em tecnologia de informação e de telecomunicações), índice muito baixo comparado com o da OCDE, de 2,3% do PIB. O Brasil produz poucas patentes e as empresas brasileiras são menos inovadoras - isto é, colocam menos produtos novos no mercado - do que as dos países da OCDE.
Uma das mais agudas debilidades do País no campo da ciência e tecnologia está na formação de pessoal. Em 2007, os graduados nas áreas de ciência e engenharia representavam 11% dos recém-formados, um índice maior do que os dos anos anteriores, mas que corresponde a menos da metade da média da OCDE.
De positivo, o Brasil registra crescente produção científica. Cresce também a proporção de doutores. Mas ainda é um avanço tímido diante do que o País precisa para poder competir com as economias mais modernas do planeta.
O objetivo dessa política, conforme reportagem de Lu Aiko Otta publicada dia 16 no Estado, é fazer a indústria brasileira produzir itens com grande potencial de vendas e dar-lhe condições para competir com as gigantes internacionais do setor. Confrontado com a realidade econômica brasileira, o objetivo parece ambicioso demais.
São muitas as desvantagens iniciais da indústria nacional, como reconhece a pesquisadora do Ipea. As empresas brasileiras têm dimensões modestas, quando comparadas às dos fornecedores mundiais - seu faturamento médio é de R$ 20 milhões por ano, contra dezenas de bilhões de dólares dos grupos internacionais -, e geralmente ocupam nichos do mercado.
Sua produção é concentrada em alguns itens, enquanto os grandes grupos têm uma diversificada linha de produtos, de celulares a equipamentos de grande porte para operadoras de telecomunicações. As empresas brasileiras trabalham para determinados clientes, ao passo que as grandes indústrias internacionais fornecem para operadoras, governos, empresas de porte variado e o público em geral.
Além dessas dificuldades, as empresas brasileiras terão de superar outras, entre elas a falta de uma retaguarda em pesquisa tecnológica, na qual se baseou o crescimento das gigantes que atuam no mercado mundial. Recente relatório divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, apesar de avanços em algumas áreas, o desempenho do Brasil na área de pesquisa e desenvolvimento mostra muitos pontos fracos. Ainda se investe pouco, falta pessoal qualificado, é baixa a produção de patentes e continua muito pequena a participação do setor privado nos investimentos em ciência e tecnologia.
O relatório da OCDE mostra que a fonte dos recursos para pesquisa e desenvolvimento varia muito entre os países analisados (os membros da organização e as principais economias que não a integram, como Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul). Em alguns, como Portugal e Polônia, predomina nitidamente o investimento público.
Num grupo de 13 países, entre os quais Itália, Noruega, Espanha e Canadá, o setor privado é responsável por uma fatia que varia de um terço à metade dos investimentos em pesquisa. Em oito países, entre os quais França, República Checa e Suécia, a iniciativa privada responde por metade a dois terços das aplicações. No último grupo, do qual fazem parte Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Coreia do Sul, Luxemburgo e Japão, as empresas privadas financiam mais de dois terços de todos os gastos com pesquisas.
No Brasil, apesar dos incentivos fiscais, o setor privado responde por menos da metade das aplicações em ciência e tecnologia, que, em 2008, corresponderam a 1,1% do PIB (e apenas 0,1% em tecnologia de informação e de telecomunicações), índice muito baixo comparado com o da OCDE, de 2,3% do PIB. O Brasil produz poucas patentes e as empresas brasileiras são menos inovadoras - isto é, colocam menos produtos novos no mercado - do que as dos países da OCDE.
Uma das mais agudas debilidades do País no campo da ciência e tecnologia está na formação de pessoal. Em 2007, os graduados nas áreas de ciência e engenharia representavam 11% dos recém-formados, um índice maior do que os dos anos anteriores, mas que corresponde a menos da metade da média da OCDE.
De positivo, o Brasil registra crescente produção científica. Cresce também a proporção de doutores. Mas ainda é um avanço tímido diante do que o País precisa para poder competir com as economias mais modernas do planeta.
Fonte: Estadao
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