Páginas

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Premiê da Tunísia anuncia saída dos principais ministros do governo anterior


O primeiro-ministro tunisiano, Mohamed Ghannouchi, anunciou nesta quinta-feira sua permanência à frente do governo de transição e a saída de quase todos os ministros do Gabinete do líder deposto Zine el-Abidine Ben Ali, que ainda ocupavam importantes cargos no atual governo de transição do país.

Em discurso transmitido pela televisão estatal, Ghannouchi afirmou que as consultas com todos os partidos políticos e membros da sociedade civil que aceitaram participar das negociações políticas permitiram a formação do que ele chamou de "governo provisório".

"Sua missão será organizar eleições para que o povo eleja com toda liberdade", declarou o premiê, que pediu aos tunisianos que retomem a rotina.

Ghannouchi, cuja permanência no cargo é contestada há dias por grande parte dos tunisianos, disse que o novo Gabinete assume o compromisso de que as eleições sejam organizadas "sob o controle de uma comissão independente" e com a presença de observadores internacionais que garantam sua transparência.

Apenas dois dos ministros do regime de Ben Ali permanecem no atual Executivo de transição, embora em pastas de menor importância, como de Indústria e de Planejamento e Cooperação Internacional, tal como antecipou a Agência Efe na quarta-feira.

A saída de todos os ministros do presidente deposto que estavam nos principais cargos do governo, apesar da permanência de Ghannouchi, representa uma mudança fundamental no governo de transição, embora ainda seja uma incógnita qual será a reação popular diante dessa decisão.

O influente sindicato UGTT (União Geral dos Trabalhadores Tunisianos), que desempenhou um papel-chave na organização da recente revolta social do país, aceitou nesta quinta-feira a proposta de manter o primeiro-ministro à frente do Executivo, desde que os ministros do regime anterior saíssem das principais áreas do Gabinete.

Milhares de manifestantes fizeram novos protestos nesta quinta-feira em Túnis e em outras regiões do país, reivindicando a saída de todos eles do governo de transição.

Fonte: EFE

Nenhum comentário:

Postar um comentário