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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Obama foca Irã e Coreia e omite acordo de paz no Oriente Médio


Em seu discurso anual diante da Câmara de Representantes e do Senado na noite de terça-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu à Coreia do Norte que desista de suas armas nucleares e saudou a pressão sobre o Irã por seu programa atômico suspeito. No entanto, Obama abordou superficialmente as tensões com o Irã e com a Coreia do Norte.
No pronunciamento, no qual o governante expõe suas prioridades legislativas para o ano e que nesta ocasião foi centrada em questões econômicas, Obama abordou ainda a política externa para lembrar que os EUA cessaram a presença de suas tropas de combate no Iraque e prepara-se para começar em julho a retirada do Afeganistão.
Em seu discurso, mencionou também entre as conquistas de sua política externa a aprovação no Senado de um acordo de desarmamento nuclear com a Rússia, o Start, assim como os esforços americanos para garantir a segurança dos materiais nucleares em todo o mundo.

Irã


Sobre o Irã, o presidente afirmou: "Por causa de um esforço diplomático para insistir que o Irã cumpra com as suas obrigações, o governo iraniano enfrenta sanções mais duras e mais apertadas do que nunca".
Os Estados Unidos e seus aliados europeus têm liderado os esforços para aumentar as sanções contra o Irã sobre seu programa nuclear, que Teerã diz ser para fins pacíficos, mas que o Ocidente suspeita que seja destinado à produção de armas nucleares.

Economia


Obama clamou por um maior impulso à inovação nos Estados Unidos, em um mundo cada vez mais competitivo com potências emergentes como Índia e China, indicando uma mudança na economia mundial.
Mais do que anunciar políticas específicas, Obama buscou enunciar de maneira franca a direção que os Estados Unidos devem tomar neste novo século, em meio a uma recuperação econômica do país mais lenta que o previsto. O presidente afirmou que Washington deve agora reconhecer as restrições orçamentárias que tem diante de si, mas insistiu que os legisladores devem utilizar um bisturi ao invés de um machado na hora de cortar os gastos.

Visita ao Brasil


No âmbito regional, Obama anunciou que viajará em março para Brasil, Chile e El Salvador, o que significará sua primeira viagem à América do Sul e Central desde que assumiu o poder, em janeiro de 2009.
O objetivo da viagem é "forjar novas alianças para o progresso nas Américas". Obama fez um gesto à crescente população hispânica nos Estados Unidos, afirmando que os EUA devem resolver "de uma vez por todas" a imigração ilegal, pedindo um esforço bipartidário para uma reforma migratória.

Tecnologia


Obama evocou o resgate dos 33 mineiros chilenos para ressaltar a engenhosidade americana, ao lembrar que foi um empresário deste país quem dirigiu a perfuração do duto que permitiu trazê-los à superfície em outubro passado.
Obama enfatizou em seu discurso a necessidade de seu país investir em inovação no contexto de um mundo mais competitivo.

Energia limpa


Obama também estabeleceu uma meta para que a maioria das usinas do país produzam energia limpa até 2035, incluindo fontes como carvão limpo, e gás natural. Ele pediu investimentos em tecnologias limpas e fez um apelo para que o Congresso elimine bilhões de dólares em subsídios para empresas de petróleo.
Mas ao mesmo tempo que mirou nas petrolíferas, Obama buscou uma posição mais centrista numa outra questão que divide Washington - a energia nuclear e combustíveis fósseis como gás natural e carvão limpo. O presidente dos EUA disse que eles são necessários para atingir a meta de 80% de energia limpa em menos de 25 anos.

Oriente Médio


O paralisado processo de paz do Oriente Médio - que Obama relançou em setembro, mas foi rapidamente abandonado devido a divergências entre palestinos e israelenses - não foi mencionado. Funcionários da Casa Branca dizem, no entanto, que essa omissão não sinaliza um menor esforço dos EUA pela paz do Oriente Médio.
Obama disse que os Estados Unidos estão ao lado do povo da Tunísia, "onde a vontade do povo se provou mais poderosa do que as ordens de um ditador" - uma referência à rebelião popular deste mês, que levou à fuga do presidente Zine al Abidine Ben Ali.
Mas o presidente não fez nenhuma referência direta ao Egito, onde na terça-feira ocorreu uma rara manifestação contra o presidente Hosni Mubarak, tradicional aliado de Washington, no poder desde 1981. O protesto gerou comparações com a situação da Tunísia.

Guerras


Obama disse que as tropas dos EUA estão cumprindo os prazos previstos para que deixem o Iraque neste ano "de cabeça erguida", e reiterou sua intenção de começar a desocupar o Afeganistão em julho, apesar da intensa atividade da Al-Qaeda naquele país.

À Al-Qaeda, a mensagem de Obama foi clara: "Não vamos nos apiedar, não vamos esmorecer, e vamos derrotá-los."

Obama disse também que os EUA estão comprometidos em afastar ameaças nucleares, e sinalizou que manterá a pressão sobre Irã e Coreia do Norte, apesar dos esforços para estabelecer um diálogo com ambos os países a respeito dos seus programas nucleares.
Sobre o Afeganistão, Obama indicou que "cada vez menos afegãos encontram-se sob o controle dos insurgentes". O líder dos EUA assegurou também que "a liderança da Al-Qaeda encontra no Paquistão uma pressão maior que em qualquer momento desde 2001" e que foi reduzido o número de refúgios com os quais contava na fronteira entre Afeganistão e Paquistão.

Fonte: Reuters

NOTA DO EDITOR
Isso parece mesmo uma piada de mal gosto: "as tropas dos EUA estão cumprindo os prazos previstos para que deixem o Iraque neste ano "de cabeça erguida""

Veja Abaixo:



e os Sr Obama quer falar sobre... "cabeça erguida" ?

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