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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Wikileaks revela sabotagem contra Brasil tecnológico



Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedi dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos fo Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira.

O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.


O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.
Veto imperial

O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.

“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa

O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.

Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!

O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks recentemente e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.

A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.

Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral

A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente

O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.

São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.
Fonte: Carta Maior

Petrobras e militares se unem em pesquisas


A Petrobras firmou um convênio com o Instituto militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro, para implantação de um laboratório que estudará motores dedicados ao desenvolvimento de combustíveis. O projeto encontra-se em fase de especificação de equipamentos. Outra iniciativa de pesquisa entre a empresa e as Forças Armadas envolverá estudos sobre solos e recuperação de rodovias. "A Petrobras entrou com a montagem do laboratório, enquanto o IME entrou com a massa crítica de engenheiros", afirma o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, diretor de Obras de Cooperação do Exército.

O IME é hoje o sistema nervoso que alimenta as obras tocadas pelo Exército, que, em todas as áreas, conta com um time de 600 engenheiros. Na duplicação da BR-101, por exemplo, no trecho de Goiana (PE), soldados estão usando grandes blocos de isopor para reduzir o peso da rodovia em trajetos de brejo, onde a sedimentação não é firme. A tecnologia - já utilizada nos EUA e Japão, com experiências pontuais no Brasil - foi o caminho mais viável encontrado pelos engenheiros para executar a obra.

A parceria com a Petrobras não se limita à colaborações científicas. Hoje, um batalhão de cem soldados trabalha em obras de terraplenagem para expansão da refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus. O convênio com o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) teve início em setembro do ano passado, com término previsto para outubro deste ano.

Por meio de nota, a Petrobras informou que a ação militar inclui a retirada de vegetação, terraplenagem, drenagem, cercamento de área e construção de guarita de vigilância. "A execução desse objeto já atingiu 89% de avanço físico, apresentando, no atual momento baixa produtividade em virtude das chuvas sazonais características do período (de dezembro a maio) nessa região da Amazônia", informou a empresa. Segundo a Petrobras, há a expectativa da assinatura de um segundo convênio para a construção de uma "Vila de Empreiteiras", nos moldes de um acampamento militar, para suporte logístico das obras de modernização da Reman. (AB)


Fonte: FAB

CHINA E BRASIL: quem com ferro fere…

A Embraer está prestes a fechar sua fábrica na China. A fábrica de Harbin fazia o ERJ-145, um avião de 50 lugares, para o qual não há mais demanda. Falta entregar uma aeronave, o que deve ocorrer em março ou abril, e depois não há mais nenhuma encomenda pra esse avião.
A Embraer pediu para montar lá o Embraer 190, para 100 pessoas. Trata-se do carro-chefe da empresa, usado pela Azul e Webjet. Mas a Avic (Corporação de Indústria da Aviação da China) está desenvolvendo um avião semelhante, ARJ21-900, com capacidade para 110 passageiros, em parceria com a canadense Bombardier, concorrente da Embraer. Por isso, o governo chinês está resistindo a conceder à Embraer autorização para produzir o 190, para evitar concorrência.

Embraer 190

A empresa espera que o governo chinês dê a autorização durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, no dia 14 de abril, como um gesto de boa vontade.
Não é só a Embraer que enfrenta dificuldades de acesso ao mercado chinês. Empresas brasileiras que tentavam participar de um centro de distribuição de minério na China não receberam autorização chinesa até hoje. O caso da Marcopolo é bem parecido com o da Embraer, a empresa queria aumentar o escopo da produção, mas não consegue autorização do governo chinês.

A China é o maior mercado do mundo e ninguém quer sair de lá. As empresas sabem que precisam estar presentes na China.
E é aí que entra a estratégia do governo –afinal, para lidar com um capitalismo de Estado, é preciso falar de governo para governo.

O Brasil está estudando um novo marco regulatório para mineração no país. Existe uma certa preocupação com a possibilidade de a China adotar um estilo “colonialista na África” por aqui e começar a retirar os minérios do subsolo brasileiro e embarcá-los para China, sem agregar valor. Portanto, o Brasil poderia adotar algum tipo de cláusulas de componente nacional, como fez a Petrobras com fornecedores das plataformas, na exploração dos minérios no país.
Ou não. Ou o Brasil pode deixar os chineses investirem livremente e terem acesso a preciosas matérias-primas brasileiras. Tudo depende da boa vontade dos chineses para deixar empresas brasileiras operarem livremente na China, sem sofrerem com regras que discriminam contra estrangeiros.
É a hora de barganhar, de governo para governo.



Fonte: Aviacao Geral

Petrobras anuncia amanhã novo terminal de GNL na BA



A Petrobras anuncia amanhã a implantação do terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Bahia. No evento, que contará com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, a estatal irá assinar um protocolo de intenção com o governo baiano para viabilizar o investimento, estimado em US$ 706 milhões. O terminal terá capacidade para regaseificar 14 milhões de metros cúbicos por dia e tem como objetivo assegurar a injeção de gás natural no maior Estado consumidor do combustível no Nordeste.
O cronograma prevê o início das obras em março de 2012 e a conclusão em agosto de 2013. Em nota, a Petrobras informa que o Brasil já tem os terminais de GNL de Pecém (CE), com capacidade para regaseificar 7 milhões de metros cúbicos por dia, e da Baia da Guanabara (RJ), com capacidade para 14 milhões de metros cúbicos por dia.

Com a entrada em operação do terminal da Bahia, o País passará a ter capacidade para regaseificar 35 milhões de metros cúbicos por dia, volume que supera os atuais 31 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural importados da Bolívia.
"Ao injetar esse volume de gás na malha de gasodutos brasileira, a Petrobras agregará ainda mais segurança e flexibilidade no atendimento ao mercado, uma vez que ampliará o acesso a diferentes fontes de oferta (nacional e importada), com uma malha de gasodutos que atingiu 9.634 km em 2010 e integra as regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste", explica a estatal, na nota.

O terminal da Bahia será instalado na Baía de Todos os Santos, 4 km a oeste da Ilha do Frade, e se interligará com a malha de gasodutos em dois pontos: o primeiro na malha da Bahia, em Candeias, e o segundo nas proximidades do quilômetro 910 do Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC), trecho do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), inaugurado em março de 2010. "A implantação neste local agregará flexibilidade e confiabilidade à operação da malha de gasodutos e possibilitará, inclusive, a exportação para a Região Sudeste, se necessário", acrescenta a estatal.


 
Fonte: Estadao

Novo presidente da Eletrobras buscará modernização



O novo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, fez hoje seu discurso de posse ressaltando que deixou os cargos de todos os conselhos administrativos que ocupava para "evitar qualquer conflito de interesses". Ele destacou que em sua gestão, sob o comando da presidente Dilma Rousseff, vai conduzir a modernização da infraestrutura energética no País.

"Na conversa inicial com a presidenta, ela recomendou que desse continuidade à modernização da companhia e ao fortalecimento da gestão corporativa do sistema Eletrobras, assegurando a sua eficiência e também o retorno adequado aos seus acionistas", disse, completando que tem como prioridade cumprir os planos estratégicos da holding e suas coligadas.

Carvalho Neto apresentou no discurso a decisão de ter "pulso firme" para o cumprimento das metas. "Vamos cobrar os resultados (dos técnicos e diretores)", afirmou. "Nossos objetivos serão de ampliar a capacidade instalada, garantindo eficiência energética. Deveremos ter participação importante nos projetos que vierem a ser instalados nos próximos anos e aumentar nossa participação em fontes alternativas, até potencializar nossa participação no mercado de energia, função hoje pouco utilizada."

O novo presidente da Eletrobras também afirmou que vai estabelecer, em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o acompanhamento de toda a geração para agir "prontamente" quando necessário. Além disso, disse que terá prioridade total o processo de internacionalização da companhia. Afirmou ainda que vai tentar agilizar os processos de licenciamento ambiental, criando o prêmio Eletrobras de mitigação de riscos ambientais, para propor projetos mais eficientes.

Autoridades do setor elétrico, tanto executivos de alto escalão de todo o sistema Eletrobras quanto das empresas privadas, participam da cerimônia de posse do novo presidente da estatal de energia.
O ex-presidente da Eletrobras José Antônio Muniz Lopes, que havia comentado a possibilidade de ir para a iniciativa privada ao deixar o cargo, vai ficar na companhia, à frente da diretoria de Transmissão, aceitando convite do ministro de Minas e Energia. "Quero desejar sorte ao novo presidente porque competência ele tem para continuar levando a Eletrobras para onde estamos levando", disse Muniz Lopes, na cerimônia de posse de Carvalho Neto.



Fonte: Estadao

Brasil: Lobão rebate críticas à falta de investimentos no setor elétrico



O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rebateu duramente as críticas que, segundo ele, vêm sendo feitas à falta de investimentos no setor elétrico no Brasil e também à interferência política na gestão do Sistema Eletrobras e de suas coligadas. "O doutor José Sarney (presidente do Senado) não tem um diretor no sistema Eletrobras, não tem um diretor nas agências. Como é que se pode conviver com uma coisa (as críticas) dessas?", disse em seu discurso nesta segunda-feira, 28, durante a posse do novo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, na Firjan, no Rio.

Referindo-se especialmente à ocorrência do apagão que deixou oito Estados do Nordeste sem energia no início do mês, Lobão brincou: "Fui dizer que o sistema era robusto e durante uma semana ou duas só apanhei. Eu disse que o sistema é robusto, mas não é infalível".
"Nossos problemas não são decorrentes de falta de investimentos. Nunca se investiu tanto no setor elétrico como agora. Dentro dos próximos dez anos serão investidos R$ 388 bilhões. Nos últimos oito anos o governo investiu R$ 40 bilhões, e foi responsável por 38% de tudo o que existe existiu até hoje em energia elétrica no país", acrescentou o ministro.

Lobão ainda admitiu que a "transmissão até que é falha, mas o governo está tentando reverter isso". Ele ressaltou que, na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram implementados 32% dos atuais 100 mil quilômetros de linhas de transmissão existentes no País. "Como é que se pode dizer que não se tem investimentos? Para dizer o mínimo é tentar tapar o sol com a peneira."

Lobão aproveitou a ocasião para defender investimentos em usinas nucleares, afirmando que os acidentes ocorridos até hoje são "exceções" e não podem ser tomados como regra. "Até o lixo das usinas, que era um grande problema, já não existe mais. Duram apenas 500 anos. O que são 500 anos? É a idade do Brasil", afirmou.
O ministro citou suas viagens para China, Estados Unidos, Alemanha e Espanha para comentar sobre seu conhecimento a respeito dos projetos existentes tanto para hidrelétricas quanto para energia eólica. Especialmente sobre esta última afirmou que "não se pode desprezar esta fonte limpa, e nem a solar". "Temos que fazer tudo isso com a segurança que se pode obter no sistema integrado", acrescentou.



Grandes apagões viram rotina no Brasil

Dez anos depois de mergulhar no maior racionamento da história, o Brasil volta a conviver com problemas no setor elétrico. Mas, desta vez, a crise não está na falta de energia, como ocorreu em 2001, mas na dificuldade de fazer o produto chegar até o consumidor final. Nos últimos meses, uma série de apagões e blecautes regionais causaram transtornos e prejuízos aos brasileiros.

Só neste ano, até o dia 22, foram 14 grandes ocorrências, conforme relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A maior delas deixou o Nordeste sem luz por até cinco horas. O incidente - ainda sem explicações precisas - garantiu ao Brasil o título de país com o maior número de blecautes de grandes proporções. Das seis maiores ocorrências registradas no mundo desde 1965, três são do Brasil: em 1999 (97 milhões de pessoas), 2009 (60 milhões) e 2011 (53 milhões), segundo a consultoria PSR. O maior ocorreu na Indonésia, em 2005, atingindo 100 milhões de pessoas.

Além dos grandes apagões, que normalmente ocorrem por falhas no sistema de transmissão, a população também tem convivido com uma série de desligamentos na rede de distribuição, de responsabilidade das concessionárias. Nesses casos, os cortes estão limitados às áreas de concessões das empresas, cidades ou bairros. As companhias alegam que a culpa é de São Pedro e que as redes não têm suportado as fortes chuvas.

Os constantes blecautes estão traduzidos na piora do indicador de qualidade do fornecimento de eletricidade, medido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nos últimos três anos, o tempo médio que o brasileiro ficou sem luz subiu quatro horas. "Hoje temos energia e não conseguimos entregá-la com a qualidade necessária. O problema é que o governo nunca explica o real motivo dos apagões", afirma o diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria.

Para especialistas, a origem dos apagões está em investimentos menores que a necessidade da rede de transmissão e distribuição. "Houve um descompasso entre os investimentos da geração e transmissão", afirma o presidente da Compass Energia, Marcelo Parodi. Mas o problema não é a falta de novos empreendimentos, já que a Aneel tem feito leilões contínuos de linhas de transmissão e as distribuidoras, ampliado o número de clientes.
O problema está nos equipamentos antigos, que nem sempre recebem a manutenção adequada, especialmente diante do forte aumento do consumo. De 2000 pra cá, o uso de energia pelo brasileiro subiu 36%, apesar do racionamento, que derrubou em 8% o consumo em 2001.

"Se uma empresa não está investindo o suficiente agora, o problema só vai ocorrer anos mais tarde", afirma o presidente da PSR Mário Veiga. Ou seja, os apagões de hoje podem ser resultado de anos sem investimentos adequados.



Substituto do Bertin em Belo Monte deve sair no início de março, diz Lobão

Em rápida entrevista ao ser interceptado por jornalistas na saída da posse do novo presidente da Eletrobras, no Rio, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que "qualquer decisão sobre o substituto do Frigorífico Bertin na composição societária da empresa responsável por construir a usina de Belo Monte deve sair nos primeiros dias de março". Lobão não quis dar detalhes do tema e nem sequer disse se esta previsão é para a antes ou depois do carnaval.

Ainda no meio do tumulto, Lobão comentou a alta dos preços internacionais do petróleo. Indagado sobre a manutenção dos preços do diesel e da gasolina no mercado interno, o ministro lembrou que eles estão congelados nos últimos dois anos e que a última alteração que ocorreu foi uma redução. "Até certo limite dá para segurar", afirmou. Questionado se esse limite poderia ser de US$ 110 a US$ 120 por barril no mercado internacional, Lobão consentiu: "Mais ou menos por aí".



Guerra com setor ambiental

Lobão rebateu os dados que apontam que em 2010 houve mais desligamentos de energia (apagões) do que no ano anterior e aproveitou a deixa para atacar a "verdadeira guerra" que é travada "dia-a-dia" com o setor ambiental.
"Houve uma crítica pesada de que em 2010 houve muito mais desligamentos do que em 2009. Mas não se disse que esta diferença envolveu apenas uma linha, que vai de Mato Grosso a Rondônia. E por que houve isso naquela linha? Porque estamos na tentativa de construir uma linha nova, mas tivemos embaraços", afirmou.

Dirigindo-se especificamente ao novo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, que tomou posse hoje, ele destacou: "O senhor não imagina qual é a guerra que temos que enfrentar dia-a-dia com o setor ambiental".
"Acho que a defesa do meio ambiente é dever de cada pessoa. Estamos vendo todos os dias os impactos disso. Portanto, a preservação ambiental é um dever de todos. Mas não podemos levar isso aos limites do absurdo. Muitas vezes não é necessário tomar aquela posição que de nós é exigida", disse.

Lobão exemplificou com a adoção do sistema de usinas plataformas no Rio Madeira a preocupação com o meio ambiente que o Ministério de Minas e Energia possui. "Nós adotamos o mesmo sistema utilizado pela Petrobrás nas plataformas, que é levar o funcionário até lá, mas não deixar que ele se instale lá. Assim reduzimos os impactos na região", afirmou.



Fonte: Estadao

F-X2: Analista critica adiamento da compra de caças para FAB


A indicação do governo federal de que a compra de 36 caças para integrar a Força Aérea Brasileira (FAB) não será efetuada em 2011 representa um mau começo da atual administração na área da defesa. A avaliação é de Geraldo Cavagnari, doutor em ciências militares e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para ele, o aceno do governo federal indica que a presidente Dilma Rousseff deve seguir a mesma linha de seus antecessores, com a falta de comprometimento com uma ampla política de defesa.

“Começa mal no sentido de defesa, começa tendo o mesmo comportamento do governo anterior, falta de comprometimento com uma política de defesa”, explica. “O Brasil tem um projeto de modernização que não tem sido levado adiante como seria desejado, dentro dos compromissos internacionais”, disse. Em conversa com jornalistas, na manhã de hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não há previsão para a compra dos caças em 2011 por conta da escassez de recursos.

Nas últimas semanas, a presidente já vinha sinalizando que o assunto não deveria ser tratado neste ano, pois, no seu entender, ainda pairam dúvidas técnicas sobre o projeto de compra dos caças. Ainda que dado como certo o acordo com a empresa francesa Dassault, o governo federal tem estudado melhor as propostas da sueca Saab e da norte-americana Boeing. O projeto de compra da nova frota de caças é discutido desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), tendo sido adiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e retomado apenas em sua segunda gestão.

O adiamento da compra, na avaliação do pesquisador, aponta o risco dos preços dos caças sofrerem alteração no mercado internacional. “O preço pode ser outro e o compromisso da empresa com aquele preço pode mudar”, considerou. “Os preços no mercado fluem bastante”, acrescentou.

O diretor da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) e docente do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, João Roberto Martins Filho, vê também no adiamento o risco de alteração da escolha do governo federal. “Para o favorito, não é uma boa notícia. Há mais tempo para o governo federal repensar”. De acordo com ele, o tempo extra dá margem para que o País analise melhor as propostas das concorrentes da empresa francesa. “O governo federal parece que não está dando como certa a opção pela empresa favorita e está analisando outras ofertas também, repensando o conjunto”.

O diretor da ABED apontou que o adiamento da compra dos caças já era esperado, devido ao clima de cautela das contas públicas, mas alertou quanto ao fim do prazo de vida útil dos Mirage-2000, que caduca em 2016. “Não dá para adiar mais, porque os aviões já estão chegando muito próximo da vida útil e é uma decisão que precisa ser tomada”.

Fonte: CAVOK



Não há recursos para comprar caças este ano, diz Mantega

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira que a compra dos caças para a Força Aérea Brasileira não está prevista no Orçamento deste ano. “Não temos previsões para a aquisição de caças neste ano”, disse o ministro, ao detalhar o corte de R$ 50 bilhões de no Orçamento da União de 2011. Segundo o ministro, o principal objetivo do governo é fiscal e não a inflação.

“O que estamos fazendo não é prioritariamente visando a inflação”, disse Mantega.

De acordo com Mantega, o cresceu em torno de 7,5% em 2010 –o número oficial será divulgado na quinta-feira. O ministro admitiu que o objetivo dos cortes é conduzir a economia a um “patamar mais sustentável de crescimento”, em torno de 5%, mas negou que elas representem uma mudança na política econômica do governo.
Entre as pastas que mais contribuirão para a economia estão o das Cidades (R$ 8,6 bilhões), Defesa (R$ 4,4 bilhões) e o Turismo (R$ 3 bilhões).

O programa Minha Casa, Minha Vida terá uma contenção de mais de R$ 5 bilhões nos repasses do governo –passará de R$ 12,7 bilhões para R$ 7,6 bilhões.
Segundo a ministra Miriam Belchior (Planejamento), a redução de despesa tem relação com o fato de a segunda parte do Minha Casa ainda não ter sido aprovada pelo Congresso. A ministra espera que isso ocorra em abril.

“Ainda assim, o orçamento do programa para este ano está R$ 1 bilhão maior do que ocorreu no ano passado, quando houve a maior parte das contratações do Minha Casa”, afirmou a ministra. “Não cortamos nenhum centavo dos investimentos do PAC nem dos gastos com programas sociais.”

Segundo o detalhamento do corte das despesas do Orçamento, os gastos discricionários dos ministérios tiveram uma redução de R$ 36,2 bilhões. Os vetos à Lei Orçamentária respondem por R$ 1,6 bilhão em despesas.
Já as despesas obrigatórias tiveram uma redução de R$ 15,7 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões de gastos com pessoal, R$ 8,9 bilhões nos subsídios, R$ 2 bilhões de gastos previdenciários e R$ 3 bilhões em abono salarial e seguro-desemprego.
Houve, contudo, um acréscimo de R$ 3,5 bilhões em créditos extraordinários, para o Nordeste e a Amazônia.



COMPRA DOS CAÇAS

Na semana passada, o ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou para a então ministra de Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, que a decisão sobre os caças iriam demorar meses.

Na negociação para a compra de 36 caças para a FAB concorrem os aviões Rafale, da empresa francesa Dassault, os Super Hornet F/A-18, da americana Boeing, e os Gripen NG, da sueca Saab.

Três dias depois, a ministra francesa pediu demissão após ser criticada durante semanas por sua ligação com o antigo regime tunisiano.
Na semana passada, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, também afirmou que o corte de R$ 4 bilhões no Orçamento deste ano do Ministério da Defesa vai afetar o programa de desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, principal projeto da Embraer na área, disse hoje o ministro.

Dos R$ 4 bi contingenciados na Defesa (26,5% do orçamento total), a Aeronáutica deve responder por cerca de R$ 1,2 bi.
O Orçamento inicial previsto para a área em 2011 era de R$ 4,6 bi (custeio e investimento).



Fonte: Estadao

Pesquisa estuda impacto ambiental do cultivo de transgênicos na A. Latina


Um estudo de órgãos internacionais e universidades da Costa Rica, Colômbia, Brasil e Peru, buscará medir o impacto ambiental do cultivo de transgênicos na América Latina, informou nesta segunda-feira o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
A pesquisa observará se os organismos geneticamente modificados, popularmente conhecidos como transgênicos, geram danos ambientais.

Entre as variáveis que os cientistas estudarão destacam "se as sementes transgênicas plantadas em uma região podem movimentar-se, por meio do vento ou polinização de pássaros, e manter seus rastros no novo ambiente ou transmití-los a espécies silvestres", indica um comunicado oficial.

De acordo com o IICA, este tipo de estudos sobre biotecnologia e biosegurança se desenvolveu nos Estados Unidos e na Europa, mas nunca antes em grande escala na América Latina.
Em cada um dos países que participarão se analisarão cultivos específicos: no Brasil se estudará a mandioca, no Peru a batata, na Costa Rica o algodão e o arroz e na Colômbia o milho, o algodão e o arroz.
O projeto não semeará produtos transgênicos, mas se limitará na observação dos já existentes e se estenderá até julho de 2012.

"A biotecnologia é ainda um tema em desenvolvimento na América Latina, vemos países com uma indústria consolidada, como o Brasil, e outros que mal estão começando a experimentar no campo. Isto gera muitas dúvidas e mitos, que vão poder ser esclarecidos através do estudo", explicou o especialista em biosegurança do IICA, Bryan Muñoz.

O especialista do Centro de Pesquisa em Biologia Celular e Molecular da Universidade da Costa Rica, Federico Albertazi, detalhou que o estudo pretende concluir "se os transgênicos causam um impacto no ambiente, se sim qual é esse impacto e em que porcentagem, para que se possam tomar as ações em matéria de biosegurança com dados da mesma região e não procedentes de outras áreas, como fez-se até agora".

No projeto participam também o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), o Centro de Pesquisa Ambiental, a Unicamp, a Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária, e o Conselho Nacional Ambiental do Peru, assim como a Universidade Nacional Agrária La Molina e o Centro de Internacional de La Papa do Peru.


Fonte: EFE

Argentina: começa julgamento de ex-ditador por roubo de bebês


Um histórico julgamento foi iniciado nesta segunda-feira contra o ex-ditador argentino Jorge Videla e outros ex-militares, acusados de um plano sistemático de roubo e mudança de identidade de cerca de 500 bebês, filhos de desaparecidos, a maioria nascida em cativeiro, nas prisões clandestinas.



Videla, 85 anos, chegou ao Tribunal e sentou-se no banco dos réus junto ao último presidente da ditadura (1976-1983), o ex-general Reynaldo Bignone, em um julgamento oral contra um total de oito réus, entre eles dois ex-almirantes, Antonio Vañek e Rubén Franco.
"Fomos a herança de guerra do regime", disse à AFP na porta do tribunal uma das testemunhas e vítimas, Leonardo Fossati (33 anos), uma das 102 pessoas que recuperaram a identidade por conta do trabalho da organização Avós da Praça de Maio, candidatas ao Prêmio Nobel da Paz.

Os pais de Fossati, ambos desaparecidos, militavam na organização União de Estudantes Secundários e na Juventude Peronista, quando foram sequestrados em 1977, sendo que a mãe estava grávida.
"Nasci em uma delegacia. Uma família de muito boa fé me adotou. Mas graças às Avós da Praça de Maio encontrei minha verdadeira família e minha identidade", disse Fossati.
O julgamento durará até o fim de ano e tentará provar a existência de um sistema destinado a se apropriar de menores, na presença em uma mesma sala de chefes do Exército terrestre e da marinha, pela primeira vez desde o julgamento de comandantes em 1985, considerado o "Nüremberg" argentino.



Na porta dos tribunais, manifestantes da organização HIJOS, de presos desaparecidos, entre outras organizações, agitavam bandeiras e entoavam canções pedindo justiça.
Uma das principais maternidades clandestinas funcionou em Campo de Maio, a maior unidade militar do país (periferia oeste de Buenos Aires), e outra na Escola de Mecânica das Forças Armadas (ESMA), onde as grávidas davam à luz encapuzadas.
"Esperamos 30 anos para que houvessse justiça e para vê-los na prisão", disse à AFP Chela Fontana, mãe de Liliana, que foi sequestrada por um comando militar quando estava grávida de dois meses e meio.

O casal continua desaparecido, mas o trabalho da silenciosa busca e investigação das Avós da Praça de Maio conseguiu recuperar em 2006 o filho roubado, Alejandro Sandoval Fontana, de Liliana Fontana e Pedro Sandoval.
Sobre Videla, já pesa uma condenação à prisão perpétua por crimes, sequestros e torturas, enquanto Bignone, 83 anos, está cumprindo pena de 25 anos de prisão.
"De todas as perversões do Estado terrorista, roubar e tirar a identidade foi a mais inacreditável", afirmou à AFP Adelina Alaye, 83 anos, líder das Mães da Praça de Maio "Linha Fundadora".

Os tradicionais lenços brancos puderam ser vistos na entrada do Tribunal, antes da leitura das acusações, segundo as quais foram selecionados 35 casos emblemáticos de roubo de menores e mudança de identidade, em relação a 500 registrados pelas Avós da Praça de Maio.
Em torno de 30.000 pessoas foram presas ou desapareceram no país durante a ditadura, segundo entidades humanitárias.



Fonte: G 1

Trabalhar mais para ganhar menos: fúria francesa na jaula da União Europeia


Aí estão de novo os franceses: em greve, bloqueando o transporte, fazendo tumulto pelas ruas, e tudo simplesmente porque o governo quer elevar a idade da aposentadoria dos 60 para os 62 anos. Só podem estar loucos...

Suponho que essa é a maneira como se vê o atual movimento de massas – como ao menos se mostra – em boa parte do mundo, e sobretudo no mundo anglo-saxão.

No entanto, a primeira coisa que se deve dizer a respeito das atuais greves massivas na França é que na realidade não têm a ver realmente com “elevar a idade da aposentadoria dos 60 para os 62 anos”. Isto equivale a descrever o livre mercado capitalista como uma espécie de carrinho de limonada. Uma simplificação propagandística de questões muito complexas.

Isso permite aos comentarias se debaterem contra as portas abertas. Ao fim e ao cabo, observam sagazmente, as pessoas de outros países trabalham até os 65 anos, de modo que se vai liberar os franceses por que? A população envelhece, e se não se eleva a idade de aposentadoria, o sistema de previdência vai quebrar, tendo de pagar as aposentadorias de tantos anciãos.

 
O sistema francês se baseia na solidariedade entre gerações, no sentido de que as contribuições dos trabalhadores de hoje se destinam a pagar as aposentadorias das pessoas que se aposentam hoje. O governo tentou sutilmente pôr uma geração contra outra, arguindo que é necessário proteger o futuro da juventude de hoje, que paga pelos aposentados da geração baby boom [nascidos no pós-guerra]. Por isso se torna extremamente significativo que na semana que passou os estudantes universitários e do ensino médio tenham se unido ao movimento grevista de protesto. Esta solidariedade inter-geracional é um sério golpe para o governo.

Os jovens são muito mais radicais, inclusive, que os velhos sindicalistas. São muito conscientes da dificuldade crescente de se construir uma carreira. A tendência é que o pessoal qualificado entre no mercado de trabalho cada vez mais tarde, depois de ter passado por anos de estudo. Com a dificuldade de encontrar um posto de trabalho estável, em tempo integral, muitos dependem de seus pais até os 30 anos. É questão de simples aritmética dar-se conta de que neste caso não haverá aposentadoria integral até a idade de 70 anos.





Acontece que o atual movimento de protesto não tem a ver com “elevar a idade de aposentadoria dos 60 aos 62”. Trata-se de muito mais do que isso.

Para começar, este movimento expressa a exasperação com o governo de Nicolas Sarkozy, que de forma descarada favorece os super ricos em detrimento da maioria da classe trabalhadora da França. Foi eleito com o lema: “Trabalhar mais para ganhar mais”, e a realidade terminou sendo que se tratava de trabalhar mais para ganhar menos. O ministro do Trabalho que apresentou o projeto da reforma, Eric Woerth, conseguiu um emprego para sua mulher no escritório da mulher mais rica da França, Liliane Bettencourt, herdeira da L'Oréal, a gigante dos cosméticos, ao mesmo tempo que como ministro a cargo do orçamento fazia vista grossa às suas vultuosas evasões fiscais.

Enquanto as isenções fiscais aos ricos ajudam a esvaziar os cofres públicos, este governo faz o que pode para destruir o conjunto do sistema de seguridade social surgido depois da Segunda Guerra Mundial, com o pretexto de que “não podemos nos permitir” tal coisa.

A questão das aposentadorias se torna bastante mais complexa que a “idade de aposentar-se”. A idade legal da aposentadoria significa a idade em que alguém pode se aposentar. Mas a pensão depende do número de anos trabalhados ou, da quantidade de contribuições do plano conjunto de pensões. Com a desculpa de “salvar o sistema da bancarrota”, o governo tem elevado gradualmente o número de anos de contribuição, de 40 a 43 anos, dando indícios de que se ampliará ainda mais no futuro.

À medida que se prolonga a educação e se começa a trabalhar mais tarde, para ter uma aposentadoria integral a maioria das pessoas terá de trabalhar até os 65 ou 67. Uma “aposentadoria integral” estará em algo como 40% do salário, no momento da aposentadoria.

E ainda assim pode não ser possível que esteja. Cada vez é mais difícil encontrar empregos de tempo integral e os patrões não desejam necessariamente conservar empregados antigos. Ou bem a empresa desaparece e o trabalhador de 58 anos se torna permanentemente desempregado. Cada vez se torna mais difícil trabalhar em expediente completo num emprego assalariado, durante mais de quarenta anos, por mais que se queira. Assim, na prática, a reforma de Sarkozy-Woerth significa simplesmente reduzir as aposentadorias.

Isso é, de fato, o que a União Européia tem recomendado a todos os estados-membro como medida econômica, com a intenção, como no caso da maior parte das atuais reformas, de reduzir custos sociais em nome da “competitividade”, querendo dizer competência para atrair investimentos de capital.



Os trabalhadores menos qualificados, que no lugar de prosseguir seus estudos puderam entrar na faixa da população economicamente ativa jovens, digamos aos 18 anos, terão contribuído durante 42 anos na idade de 60, caso consigam, desde cedo, seguir com emprego durante todo esse período. As estatísticas mostram que sua expectativa de vida é relativamente curta, de modo que eles precisam deixar de trabalhar mais cedo se quiserem desfrutar de algum tipo de aposentadoria.

Oposição iemenita recusa oferta de presidente e não participará de governo de coalizão


A oposição iemenita afirmou nesta segunda-feira (28/02) ter recusado a oferta do presidente Ali Saleh de participar de um governo de união nacional. A plataforma que abriga os cinco principais partidos opositores também reiterou seu apoio aos manifestantes, que pedem a abertura do regime e a renúncia do chefe de estado, no poder desde 1978.

O porta-voz do grupo, Mohammed el Sabri, afirmou que "a oposição não vai participar de nenhum governo de coalizão". Segundo el Sabri, os partidos opositores decidiram "estar ao lado do povo das ruas e de suas reivindicações". "Não vamos abandonar nossa postura", acrescentou.

Saleh realizou uma reunião nesta segunda-feira com o bloco opositor no qual fez a oferta. Sua intenção, segundo a agência oficial Saba, era anunciar o acordo em "algumas horas".

O líder propôs que a oposição participe deste novo gabinete e que o governante Congresso Geral do Povo (GPC) mantenha suas pastas. Desde que os protestos tiveram início no final de janeiro, Saleh ofereceu propostas de diálogo em várias ocasiões para a formação de um governo de união nacional, sempre rejeitadas pela oposição.

Os enfrentamentos no Iêmen, influenciados pelas revoltas da Tunísia e do Egito, já deixaram 17 mortos e centenas de feridos.

Fonte: EFE

Pentágono afirma que EUA posicionam navios e aviões perto da Líbia, mas Hillary descarta ação naval



As Forças Armadas dos Estados Unidos estão posicionando navios e aviões em torno da Líbia, informou o Pentágono nesta segunda-feira (29/02). De acordo com o porta-voz do Departamento de Defesa, o coronel Dave Lapan, "o exército norte-americano estuda vários planos de contingência".

"Nós estamos reposicionando forças, em caso de necessidade para que ofereçam essa flexibilidade uma vez que as decisões forem tomadas", afirmou em declarações à imprensa.

Para Lapan, o reposicionamento das forças navais e aéreas daria aos Estados Unidos um leque de possibilidades para intervir na crise líbia. O coronel, porém, disse que esta é apenas uma das possibilidades a ser analisada, mas não deixou claro se recebeu uma ordem do presidente Barack Obama para realizar a mudança de posicionamento, nem que possíveis ações são consideradas por ele.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, por sua vez, garantiu que os EUA não planejam nenhuma ação militar contra a Líbia

"Não há nenhuma ação militar pendente envolvendo navios dos EUA", disse ela, em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça.

Segundo Hillary, os EUA estão enviando equipes de auxílio para as fronteiras da Líbia com o Egito e a Argélia para auxiliar os refugiados. "Nós acreditamos que haverá a necessidade de suporte para intervenção humanitária. Haverá também, provavelmente, a necessidade de missões de resgate, infelizmente, e não necessariamente militar”, afirmou a secretária.

Mais tarde, a embaixadora dos EUA no ONU, Susan Rice, concedeu uma entrevista coletiva na Casa Branca para dar informações sobre a reunião entre Barack Obama e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A embaixadora reiterou o pedido de seu governo para que Kadafi deixe o poder e também confirmou que o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia é uma séria opção.

Porém, Rice se mostrou cautelosa na hora de se pronunciar sobre uma hipotética intervenção militar norte-americana à Líbia.

Para ela, falar de ajuda militar é "prematuro"."É uma dentro de uma ampla gama de opções. Estamos abordando as opções com nossos aliados na Otan e em outras instituições", declarou Susan.

 
Por: Thaís Romanelli
Fonte: Opera Mundi

Gadafi ordena al jefe de servicios secretos exteriores negociar con rebeldes

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El líder libio, Muamar el Gadafi, ha encargado al responsable de los servicios secretos en el exterior, Buzid Durda, que dialogue con los dirigentes rebeldes de la parte oriental del país.
Gadafi ha intentado abrir canales de contacto con los jefes de las tribus, pero éstos han rechazado negociar con él.
El líder libio ha reemplazado al número dos de los servicios secretos exteriores, el coronel Abdalá Senusi -que comandaba sus fuerzas leales y fue apartado del poder- por Mansur Dau El Qahsi.

Senusi, cuñado de Gadafi al estar casado con su hermana Safia, fue condenado en rebeldía a perpetuidad por su implicación en el derribo de un avión de Pan Am sobre la localidad escocesa de Lockerbie.
Un avión de las fuerzas aéreas libias fieles a Gadafi bombardeó un depósito de armas cerca del cuartel de Hania, en la región de Edjibiya, a unos 200 kilómetros al oeste de Bengasi, la segunda ciudad del país bajo control de los rebeldes.

Edjibiya es una ciudad costera entre Bengasi y Sirte, la ciudad natal de Gadafi todavía en poder de las fuerzas leales a éste, aunque se encuentra más cerca de la segunda urbe libia que de la localidad donde nació el líder libio, adonde el domingo fueron enviadas más tropas y milicias para su defensa.
La capital de la región de Edjibiya dista algo más de mil kilómetros de Trípoli hacia el este y marca el límite hasta el momento de la zona oriental que controlan los rebeldes levantados en armas contra el régimen.

Éstos últimos han afirmado que la zona comprendida entre Edjibiya y la frontera con Egipto se encuentra totalmente en su poder.
En esa zona fue donde se estrelló el 23 de febrero un avión militar libio Sukhoi 22 de las fuerzas fieles a Gadafi después de que su piloto y copiloto se lanzasen en paracaídas tras rechazar ejecutar las órdenes de bombardear Bengasi.
En la región de Edjibiya se encuentra un cuartel de la aviación militar libia, cuyos oficiales y soldados anunciaron hace unos días que se sumaban a los rebeldes.



Fuerzas de Gadafi intentan recuperar el control de la tercera ciudad libia

Las fuerzas leales al régimen libio mantienen posiciones alrededor de Misrata, para intentar recuperar el control de esa ciudad, la tercera del país, mientras la comunidad internacional ofrece ayuda a los rebeldes y se prepara para un país sin Muamar al Gadafi.
Dos helicópteros de las fuerzas leales a Gadafi fueron derribados cerca de Misrata, a unos 200 kilómetros al este de Trípoli, según testigos que aseguran que la localidad está bajo control de los rebeldes.

Los dos aparatos, en los que no hubo víctimas, intentaban bombardear la sede de la radio local, utilizada por los rebeldes para difundir a la población mensajes de ánimo y contra Gadafi, según la fuente.
Un batallón dirigido por uno de los hijos de Gadafi ha ocupado una escuela de la aviación militar al suroeste de la ciudad y mantiene como rehenes a entre 400 y 600 estudiantes.
Los rebeldes lanzan regularmente ataques contra ese batallón, sin que hayan podido hasta el momento liberar a los rehenes, añade.

El control de Misrata representa -junto al de la ciudad de Zauiya, cercana a Trípoli y con un importante pozo de petróleo- una de las principales claves para la evolución del conflicto, en espera de la que se prevé como batalla final en la capital.
Mientras tanto, la comunidad internacional continúa estudiando las posibilidades de forzar la caída de Gadafi y EEUU se ha ofrecido a proporcionar "todo tipo de ayuda" al pueblo libio.
"Estaremos preparados para ofrecer cualquier tipo de ayuda", dijo la secretaria de Estado de EEUU, Hillary Clinton, antes de viajar a Ginebra, donde esta tarde intervendrá en el Consejo de Derechos Humanos (CDH).

"Aún estamos al principio del proceso que decidirá qué sigue a Gadafi", afirmó.
Clinton no especificó si el Gobierno estaría dispuesto a dar ayuda militar a la oposición, como reclamaron los senadores John McCain y Joe Lieberman, que sugirieron la imposición de
una zona de exclusión aérea sobre Libia e incluso la posibilidad de proporcionar armas a los rebeldes.

El presidente de EEUU, Barack Obama, se reunirá en la Casa Blanca al secretario general de la ONU, Ban Ki-moon, para debatir cuáles deben ser los siguientes pasos a tomar.
También el primer ministro francés, Francois Fillon, que anunció el envío de dos aviones con ayuda humanitaria a Bengasi, bajo el control de los rebeldes, se refirió a la posibilidad de adoptar "medidas militares", aunque reconoció que esa opción debe ser adoptada por un conjunto de países e implicar a la OTAN.

La canciller alemana, Angela Merkel, y el presidente del Gobierno español, José Luis Rodríguez Zapatero, se sumaron a los dirigentes que han pedido a Gadafi que deje ya el poder.
La Unión Europea prevé aprobar una serie de sanciones contra su régimen, como la congelación de bienes, la prohibición de viajar a los países de la UE y un embargo de armas y material antidisturbios.

En Ginebra, la alta comisionada de la ONU para los Derechos Humanos, Navi Pillay, inauguró la sesión del Consejo de Derechos Humanos con un llamamiento a consolidar los cambios conquistados por los levantamientos populares en el norte de África "antes de que fuertes intereses empiecen a recobrarse o que aparezcan nuevas amenazas".

Junto a Clinton, se encuentran en Ginebra la jefa de la diplomacia europea, Catherine Ashton; y los ministros de Exteriores de Rusia, Sergei Lavrov; del Reino Unido, William Hague, de Alemania, Guido Westerwelle, entre otros, en una reunión que se considera fundamental para consensuar los pasos a seguir en la crisis libia.
En espera de la caída de Mubarak, ya ha comenzado el acoso y derribo del coronel. Reino Unido y Canadá han congelado sus activos y los de sus familias y la Corte Penal Internacional ha iniciado un examen preliminar sobre presuntos crímenes de guerra y lesa humanidad cometidos en Libia.


Fonte: EFE

Barak: Asad está dispuesto a un acuerdo de paz con Israel

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El ministro de Defensa, Ehud Barak, afirmó que el presidente de Siria, Bashar Asad, está preparado para considerar un acuerdo de paz con Israel.
El titular Defensa dijo que si el presidente sirio trata de acercarse a Israel para alcanzar la paz, encontrará un socio dispuesto.

Días atrás, fue revelado que el senador John Kerry, presidente del Comité de Relaciones Exteriores del Senado norteamericano y un aliado cercano del presidente Barack Obama, ha estado trabajando con el presidente sirio Bashar Asad, en los últimos meses, sobre un plan para reiniciar las negociaciones con Israel.

Sin embargo, aparentemente, el primer ministro, Biniamín Netanyahu, quien recibió los informes de las conversaciones de Kerry, considera que Asad no es serio sobre su disposición a realizar la paz con el Estado judío.
Barak subrayó sobre la importancia de la paz con Siria: "Yo, así también como otros en la cartera de Defensa, pensamos que las negociaciones con Siria son un paso positivo para el Estado de Israel; pero por supuesto se precisa un acuerdo mutuo para tales negociaciones".
El ministro de Defensa dijo que Israel debe mantener una posición de fortaleza a la luz de los cambios en la región.

Barak dijo que en el vecino del sur, Egipto, el Ejército juega un rol central.
"Aquel que espere una democracia Jeffersoniana en Egipto; esta no es la situación", señaló el mandatario. "Incluso si la dirección general es hacia el progreso", Barak subrayó que Egipto no es una sociedad pluralista.
La verdadera prueba de fuego será, según Barak, si el cambio puede producirse sin regresión hacia la dictadura.

Barak dijo que habló recientemente con el mariscal de campo Mohamed Tantawi, a quien dice que conoce desde hace quince años. Barak afirmó que Tantawi no tiene ambiciones de ser el próximo líder del país del Nilo, pero que se ha comprometido a dirigir por el momento los destinos de El Cairo.

El ministro de Defensa aseguró que el tratado de paz con Egipto está a salvo.
A diferencia con los dichos de Netanyahu, Barak manifestó que no observa ningún signo que indique que la revuelta de Egipto pueda transformarse en una revolución islámica como la de Irán.
Barak consideró, además, que el proceso de de paz con los palestinos deben ser reforzado.


Fonte: Aurora Israel


Nueva crisis del petróleo y sus efectos colaterales tras la revolución en el mundo árabe

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El fenómeno de la globalización económica ha conseguido que todos los elementos racionales de la economía estén interrelacionados entre sí debido a la consolidación de los oligopolios, la convergencia tecnológica y los acuerdos tácitos corporativos, por lo que la crisis económica será global y vinculante.


Así, la obsesión paranoica de las multinacionales apátridas o corporaciones transnacionales, por maximizar los beneficios, debido al apetito insaciable de sus accionistas, al exigir incrementos constantes en los dividendos, les llevó a endeudarse peligrosamente, en aras del gigantismo, mediante “OPAS” hostiles e intensificar la política de deslocalización de empresas a países emergentes (en aras de reducir los costos de producción, dado el enorme diferencial en salarios y la ausencia de derechos laborales de los trabajadores), políticas suicidas que han tenido como consecuencia un severo impacto en los sectores del calzado y marroquinería, textil, equipamiento deportivo, electrodomésticos de baja y media gama e industria auxiliar del automóvil de los países más desarrollados, la consiguiente inanición laboral y el retorno a tasas de paro desconocidas desde la Segunda Guerra Mundial.

Brutal incremento del consumo de materias primas y productos elaborados por parte de los países emergentes, debido a sus espectaculares crecimientos de los Producto Interno Bruto anuales en el último decenio, que coadyuvado por la intervención de los brokers especulativos, ha conllevado una espiral de aumentos de precios imposibles de asumir por las economías del Primer Mundo, (al no poder revertirlas en el precio final del producto dados sus altos costos de producción), y como consecuencia de lo anterior, se ha producido una sensible pérdida de su competitividad, estancamiento de sus exportaciones y aumento de los déficits por cuenta corriente y deuda externa, dibujándose un escenario a cinco años en el que se regresaría al proteccionismo económico.

Así, la implantación por parte de Estados Unidos y la Unión Europea de medidas proteccionistas (fomento del consumo de productos nacionales) en forma de ayudas para evitar la deslocalización de empresas; subvenciones a la industria agroalimentaria para la instauración de la etiqueta BIO a todos sus productos manufacturados; elevación de los parámetros de calidad exigidos a los productos manufacturados del exterior y  la imposición de medidas fitosanitarias adicionales a los productos de países emergentes (tras una virulenta campaña de los medios occidentales para defender las etiquetas ECO y BIO como medida de proteccionismo encubierto), obligará a países emergentes como China e India a costosísimas inversiones para reducir sus niveles de contaminación y mejorar los parámetros de calidad.

Inicio del declive mundial en producción del crudo

Según la Asociación para el Estudio del Petróleo y el Gas (ASPO), la producción mundial de petróleo habría iniciado ya su declive, fenómeno que se explica por medio de los métodos de análisis del geólogo King Hubbert sobre la producción de petróleo de los Estados Unidos, método conocido como la “curva de Hubbert”. Hubbert calculó en 1956 con extraordinaria precisión, la fecha en que los Estados Unidos no podrían producir más petróleo aunque se perforarán más pozos, proceso de disminución que continúa y provoca que Estados Unidos requiera importar cada año más petróleo del exterior.

La producción actual de petróleo proviene en más de un 60% de campos maduros (que tienen más de 25 años de ser explotados de manera intensiva) por lo que las nuevas prospecciones se realizan en regiones más remotas, con mayor costo productivo y menor rentabilidad, amenazando en muchas ocasiones a reservas y parques naturales y siendo el desfase entre el consumo mundial y los descubrimientos de nuevas explotaciones abismal, en una proporción de cuatro a uno y según los expertos, el tiempo necesario para poner en marcha a pleno rendimiento un yacimiento es de alrededor de seis años, por lo que cualquier descubrimiento no podrá entrar en operación hasta después del año 2010 y a modo de ejemplo, los nuevos proyectos de infraestructura petrolera de extracción de crudo considerados como “grandes”, (aquellos de mas de 500 millones de barriles), en Arabia Saudí para el año 2011 son inexistentes.

Ahora ha surgido una nueva crisis del petróleo: la OPEP ha revisado al alza su previsión de demanda mundial de petróleo para 2011hasta 1,2 millones de barriles al día (mb/d), lo que representa un aumento de 50.000 barriles por día (tb/d) y la previsión de crecimiento económico ha sido elevado desde el 3,8% al 3,9 por ciento.

En cualquier caso, la recuperación y la demanda estarán lideradas por países emergentes como China, pues su demanda de petróleo no ha dejado de crecer vertiginosamente llegando en la actualidad a unos 8.200 mb/d (9,72%) frente a una producción de 3.860 mb/d, lo que hace que sea netamente importador de unos 4.340 mb/d. ( cerca del 10% del total comercializado en el mercado) y para 2011 China incrementará su demanda de petróleo en 560.000 bpd., lo que representa un 50% del total del incremento mundial de consumo petrolero para este año y convertirá a China en el segundo consumidor mundial .

Sin embargo, el estancamiento del precio del crudo en el bienio 2008-2010 (a pesar de los sucesivos recortes de producción por parte de la OPEP) debido a la severa contracción de la demanda mundial y a la huida de los brokers especulativos, ha imposibilitado a los países productores conseguir precios competitivos (rondando los 90 dólares) y que permitirían la necesaria inversión en infraestructuras energéticas y búsqueda de nuevas explotaciones.

Por tanto, no sería descartable un posible estrangulamiento de la producción mundial del crudo en el horizonte de 2012, al concatenarse la recuperación económica de Estados Unidos y la Unión Europea con factores geopolíticos desequilibrantes , como la inestabilidad social en Egipto (y por extensión en los países árabes productores de gas y petróleo), que podrían de- sembocar en una acusada reducción de la producción de crudo en dichos países (recordemos que Arabia Saudí es el mayor productor del mundo con alrededor de 9.5 millones de barriles día), lo que aunado con el incremento de tensiones en el Canal de Suez podría terminar por provocar la interrupción del suministro de alrededor de 2,6 millones de barriles diarios, de los 86,6 millones de barriles que se demandan al día en el mundo.

Todo ello, originará presumiblemente una psicosis de desabastecimiento y el incremento espectacular del precio del crudo hasta niveles de 2008 (rondando los 150 dólares) que tendrá su reflejo en un salvaje encarecimiento de los fletes de transporte y de los fertilizantes agrícolas, lo que aunado con la aplicación de restricciones a la exportación de commodities de los principales productores mundiales para asegurar su autoabastecimiento, terminará por producir el desa-bastecimiento de los mercados mundiales, el incremento de los precios hasta niveles estratosféricos y la consecuente crisis alimentaria mundial, pues la carestía de productos agrícolas básicos para la alimentación (trigo, maíz, arroz, sorgo y mijo) y el incremento bestial de dichos productos en los mercados mundiales que tuvo su punta de iceberg en el año 2007, irá presumiblemente “in crescendo” a lo largo de la próxima década hasta alcanzar su cenit en el horizonte de 2014.


Por: Germán Gorraiz López
Fonte: Aurora Israel